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Fernández diz que vacinação começa na Argentina este ano e será o 1º a tomar

Presidente argentino anunciou acordo com o governo russo para o fornecimento de vacinas; 300 mil imunizações serão feitas este ano

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Por Redação
Atualização:

BUENOS AIRES - O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta quinta-feira, 10, que seu governo assinou um acordo com a Rússia para garantir o fornecimento de vacinas. Ele também disse que a vacinação começa ainda em 2020 no país de 44 milhões de habitantes e que será o primeiro a tomá-la.  

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"Alguns semeiam muitas dúvidas sobre a qualidade científica russa, mas o instituto onde foi desenvolvido tem vários prêmios Nobel", disse Fernández. "O primeiro a tomar a vacina sou eu porque não duvido da qualidade da vacina. Vou ser vacinado antes de mais ninguém para que ninguém tenha medo". As declarações de Fernández foram dadas ao lado do Ministro da Saúde, Ginés González García.

Segundo o chefe de Estado argentino, o contrato inclui o aquisição de doses suficientes para vacinar entre janeiro e fevereiro um total de 10 milhões de argentinos, com uma primeira remessa de cerca de 600 mil doses que irão imunizar 300 mil pessoas antes do final do ano.

“Durante janeiro teremos doses para vacinar 5 milhões pessoas e em fevereiro o restante das doses necessárias serão concluídas a fim de atingir a vacinação dos 10 milhões de pessoas que antecipamos", disse ele.

Para Alberto Fernández, presidente da Argentina, dívida com FMI é 'impagável' Foto: ESTEBAN COLLAZO / AFP

Terceiro contrato 

 O acordo alcançado com os russos para o fornecimento de vacinas é o terceiro firmado pela Argentina até agora, depois ds fechados com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford e outro com o COVAX, um mecanismo das Nações Unidas criado com o objetivo de garantir o acesso global equitativo às vacinas contra covid-19.

Uma das particularidades do contrato com a Rússia é que ele contém uma cláusula favorável à Argentina para contar com mais 10 milhões de doses adicionais em março, caso as demais vacinas atrasem a chegada ao país. 

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O Ministro da Saúde da Argentina enfatizou esta questão dizendo que o fundo russo era o único licitante que ofereceu segurança contratual quanto à entrega das doses em tempo hábil. 

“Não assinamos o acordo com a Pfizer, apesar da enorme vontade do governo argentino. Eles não se atrevem a assinar um contrato que tinha a ver com uma temporalidade", disse o ministro.

No que diz respeito à logística, Alberto Fernández reconheceu que “será complicada" pelo enorme número de doses e porque elas virão de países muito distantes - primeiro da Rússia e depois outros centros de produção localizados na Coréia do Sul, Índia e Bangladesh.

Funcionários do governo e da agência reguladora do país vão viajar para a Rússia na próxima semana para observar as condições de produção e qualidade da vacina. 

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O presidente argentino expressou gratidão aos russos pela forma rápida e diligente da negociação. Também dedicou um agradecimento especial ao presidente Vladimir Putin "porque ele se ocupou pessoalmente de ajudar (a fazer) isso acontecer".

"Ter um contrato que nos diz exatamente em que prazos a vacina chega à Argentina é uma grande tranquilidade e algo pelo qual o governo tem trabalhado duro, para garantir a vacina para aqueles que mais precisam, minimizar as condições de letalidade e dar um passo importante para a imunidade de rebanho ", disse Fernández.

Os primeiros a receber a vacina serão profissionais da saúde e militares, forças de segurança, professores, pessoas com mais de 60 anos e pessoas de entre 18 e 60 que têm "doenças prevalentes" - cerca de 13 milhões de argentinos no total. A partir de março, o governo terá um calendário de vacinação que continuará ao longo do ano, para que todos quiser ser vacinado pode fazê-lo.

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O chefe de Estado argentino lembrou que a vacina “não resolveu a pandemia” e que é preciso prestar "atenção especial" ao que está acontecendo em alguns países vizinhos e na Europa. "Pedimos um apelo à reflexão porque, enquanto isso, o vírus continua circulando”, resolveu. A Argentina é um dos países latino-americanos mais afetados pela covid-19, com um total de 1.475.222 casos e 40.222 mortes. / EFE

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