Fernando Lugo responsabiliza Franco por possíveis sanções ao Paraguai

Novo preidente do país expõe ao Congresso seu plano de governo

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

ASSUNÇÃO - O ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo, em um comunicado, responsabilizou o seu sucessor, Federico Franco, pelas possíveis sanções internacionais contra o país, consequência de sua destituição pelo Congresso por meio de um julgamento político. "Consideramos responsável o vice-presidente Federico Franco por qualquer consequência econômica que possa ocorrer a partir desta descabida aventura golpista", afirma a nota.

PUBLICIDADE

Veja também:link Fernando Lugo pode ser candidato ao Senado paraguaiolink Lugo rechaça sanções econômicas do Mercosul contra Paraguai

O documento denunciou "uma intenção perversa de setores golpistas de semear desinformação" e antecipou que insistirá junto ao secretário-geral da OEA, o chileno Miguel Insulza, que visita o Paraguai no próximo sábado, sobre o fato de que o impeachment "foi ilegal porque não se respeitou o devido processo". "A missão da OEA no Paraguai se soma à preocupação com o processo paraguaio e nossa equipe jurídica oferecerá todos os argumentos ou provas de que não se cumpriu o devido processo", acrescentou o comunicado.

Lugo está instalado, desde a segunda-feira, na sede do partido País Solidario, chefiado por seu ex-ministro do Interior, Carlos Filizzola.

Novo governo

O novo presidente paraguaio, Federico Franco, apresentou nesta quarta-feira seu plano de governo ao Congresso em busca de apoio financeiro para os próximos 14 meses de gestão. Vários governos da região se recusaram a reconhecer o novo presidente porque consideram que Lugo não teve garantias suficientes em seu julgamento político no Congresso, que lhe deus apenas duas horas para a sua defesa.

Franco visitou líderes militares na sua qualidade de comandante-em-chefe das Forças Armadas e ordenou mudanças no comando do Exército, da Marinha e no Regimento da Escolta Presidencial. Também se reuniu com autoridades da Câmara dos Deputados e do Senado junto à sua recém nomeada equipe econômica.

Publicidade

Em discurso sereno e amigável com o mercado, ele pediu a aprovação de créditos de organismos internacionais para 480 milhões de dólares considerados vitais para financiar o orçamento de 2012 e estimular a economia, que neste ano deve se contrair 1,5 por cento, segundo dados oficiais.

Além disso, pediu aos parlamentares apoio para a instalação de uma fábrica de alumínio da multinacional Rio Tinto Alcan com um investimento de 3,5 bilhões de dólares e anunciou a negociação de uma dívida com bancos europeus para liberar as reservas internacionais do país de eventuais embargos.

O novo presidente também solicitou que o orçamento de 2013 não contenha aumentos nos gastos correntes e que se complete o quórum no Banco Central com a nomeação de dois diretores cujos cargos estão vazios. Os parlamentares se comprometeram perante Franco a nomear rapidamente um vice-presidente, disse o deputado Ramón Gómez a jornalistas.

A Constituição prevê que o Congresso deve nomear um vice-presidente se a mudança de governo ocorrer na parte final do mandato, que se estende até agosto de 2013. 

Com Reuters e AFP 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.