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Festa do Hamas é ofuscada por mortes de palestinos

Celebrações pelo primeiro aniversário da subida do grupo islâmico ao poder foi marcada por uma nova onda de violência faccional que deixou nove pessoas mortas

Por Agencia Estado
Atualização:

As comemorações convocadas pelo Hamas para celebrar o primeiro ano da vitória do grupo islâmico nas eleições palestinas de 2006 foram dramaticamente ofuscadas nesta sexta-feira por uma nova onda de violência faccional na Faixa de Gaza. Enquanto o Hamas comemorava a "vitória moral" sobre um embargo internacional imposto para pressioná-lo a aceitar o direito de existência do Estado de Israel, palestinos lamentavam a morte de nove pessoas vítimas de enfrentamentos entre seguidores do grupo islâmico e da facção rival Fatah. O Hamas havia inicialmente programado demonstrações na Cisjordânia e Faixa de Gaza, com o principal evento a ser realizado na Cidade de Gaza, reduto político do grupo. Mas um ataque violento na noite de quinta-feira contra militantes do facção islâmica no norte da faixa costeira, e as retaliações que se estenderam durante a sexta, obrigaram os organizadores a mudarem de planos. A principal manifestação teve que ser realizada no campo de refugiados de Jebaliya, e as tensões estavam tão altas que o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniye, cancelou sua participação no evento, aparentemente por razões de segurança. No final, apenas algumas centenas de seguidores do Hamas se reuniram em Jebaliya para celebrar. A violência também parece ter mudado os planos do Fatah, que havia anunciado nesta sexta-feira avanços no processo de formação de um governo de coalizão com o Hamas. A medida é uma tentativa de reverter os embargos impostos aos palestinos pela comunidade internacional após a vitória do Hamas no ano passado. O grupo, considerado terroristas por Israel, EUA e União Européia, prega a destruição de Israel. Segundo um porta-voz do Fatah, o grupo suspendeu nesta sexta-feira as negociações para a formação de um governo de coalizão com Hamas. A decisão, explicou ele, seria um protesto contra a violência que atingiu os territórios entre a noite de quinta-feira e a manhã de sexta. "O Fatah não irá dialogar com assassinos", disse o porta-voz do Fatah na Faixa de Gaza, Maher Mekdad. Ainda assim, um importante negociador do partido do presidente palestino, Mahmoud Abbas, afirmou não ter sido informado sobre qualquer decisão. Texto atualizado às 17h13

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