Festejo antecede sessão e invade madrugada em Gaza e Cisjordânia

Líderes de facções palestinas unem-se em Ramallah para expressar apoio à iniciativa de Mahmoud Abbas

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Por RAMALLAH e CISJORDÂNIA
Atualização:

Várias horas antes da votação na Assembleia-Geral da ONU, cidades palestinas já festejavam ontem, nas ruas, o reconhecimento da Palestina como Estado observador. Quando o resultado foi anunciado, a comemoração se multiplicou na madrugada local. Em Ramallah, na Cisjordânia, centenas de pessoas realizaram um ato na Praça Arafat em apoio à iniciativa do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, com apresentações musicais e uma forte demonstração de unidade das distintas facções palestinas.Dirigentes políticos dos movimentos Fatah - liderado por Abbas -, Hamas, Jihad Islâmica e Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) subiram juntos ao palco para apoiar o pedido de elevação do status da Palestina na ONU de "entidade observadora" para "Estado observador não membro". O povo exibia bandeiras palestinas e da Fatah e, no palco, um grande cartaz dizia "Estado da Palestina-ONU" sobre uma imagem de Jerusalém e os rostos de Abbas e do líder histórico Yasser Arafat.Festa e música. Várias outras cidades cisjordanianas abrigaram eventos de comemoração, como passeatas de membros da organização juvenil de escoteiros e apresentações de bandas musicais. No município cristão de Beit Jala, próximo a Belém, cerca de 4 mil alunos da escola luterana Talita Kumi percorreram as ruas com um livro que prepararam para lembrar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "sobre a situação dos palestinos".Os festejos populares chegaram a seu apogeu às 23 horas locais (19 horas de Brasília), quando o presidente Abbas fez a apresentação formal do pedido palestino na Assembleia-Geral.O discurso foi transmitido ao vivo por grandes telas localizadas nas principais praças das cidades da Cisjordânia. Curiosamente, em Belém, o discurso foi projetado sobre o muro de concreto construído por Israel a partir de 2003, que desde então a separa de Jerusalém. A Organização de Libertação da Palestina (OLP) também havia convocado várias comemorações na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas. Após anos de rivalidade, Hamas e Jihad Islâmica, que não pertencem à OLP, apoiaram o pedido de Abbas, diferentemente do ano passado, com o fracassado requerimento perante o Conselho de Segurança para conseguir o status de membro pleno da ONU. / EFE

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