PUBLICIDADE

FHC encontra presidentes do Peru e Equador para avaliar a paz

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso reúne-se nesta segunda-feira com os presidentes do Equador, Gustavo Noboa, e do Peru, Alejandro Toledo, para fazer um balanço sobre o acordo de paz entre os dois países assinado em Brasília, em 1998. Na época, a disputa por uma área de fronteira criou tensão entre Peru e Equador e Fernando Henrique Cardoso patrocinou um entendimento entre os presidentes. Como parte do acordo, ficou acertado que a região em disputa receberia investimentos de US$ 3 bilhões entre recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), outros financiamentos ao governo e investimentos privados. "Só 2% foram utilizados até agora", queixou-se neste domingo o presidente do Peru. "Celebramos a paz, mas agora é necessário consolidá-la com desenvolvimento." Toledo e Noboa participaram neste domingo de um seminário sobre os investimentos na área de fronteira, durante a 43ª reunião anual do BID, onde a principal queixa é a demora na execução dos projetos de investimentos prometidos para a região. "A ajuda deve ser substancial e rápida, para manter o ritmo dos investimentos na região", disse o presidente do BID, Enrique Iglesias. Gustavo Noboa afirmou que o balanço sobre o plano binacional é positivo. "Quero destacar que os investimentos ocorrerão, mas há restrições fiscais", disse. Já Toledo mostrou-se insatisfeito com as bases do plano de investimento. Ele sugeriu, por exemplo, que seja estipulado um prazo máximo de três anos para o desembolso de US$ 600 milhões prometidos por organismos multilaterais para investir na região. O presidente do Peru também acha que a parcela de US$ 1,6 bilhão prevista para ser originária de empréstimos aos governos deve ter condições de juros especiais, assim como também não deve ser computada nos limites da dívida externa. Na sua opinião, sem a realização de projetos de infra-estrutura não ocorrerão os US$ 800 milhões em investimentos privados. Toledo reconheceu que o atraso na liberação dos recursos é parcialmente devido à falta de um bons projetos. "Mas os povos da fronteira não podem esperar mais", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.