FHC não pensa mal dos Estados Unidos

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso negou que tenha acusado os Estados Unidos de "barbárie" por não darem a devida atenção às injustiças no comércio mundial de que são vítimas os países em desenvolvimento. "Eu disse que fazer isso (impor-se unilateralmente ao mundo) seria barbárie, porque eles (EUA) não podem fazer isso. Não fizeram agora!", afirmou Fernando Henrique durante entrevista à GloboNews, que foi ao ar nesta terça-feira. Os EUA, segundo ele, buscaram aliados e não trataram a luta contra o terror como uma guerra contra árabes e muçulmanos. Os atentados de 11 de setembro, de acordo com Fernando Henrique, vão diminuir o risco de os EUA se imporem ao mundo como única superpotência, ignorando os interesses da humanidade. Para o presidente, este é o momento de fortalecer a Organização das Nações Unidas (ONU). Fernando Henrique deixou claro que fará isso durante seu discurso na abertura da Assembléia-Geral da entidade e no encontro com Bush. "Vamos levar adiante uma política de coligação e não de imposição", declarou. Houve, sim, uma crítica aos EUA - admitiu o presidente sobre o discurso na França. "Mas, no momento, os Estados Unidos estão mudando, porque não dá para fazer isso (impor-se pela força)." Segundo ele, os EUA são favoráveis à abertura de negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), e o Brasil deve aproveitar a oportunidade e "liderar o processo de abertura". O presidente afirmou ainda que o Brasil já pagou "até injustamente" pelos efeitos da crise na Argentina, mas a partir dos acontecimentos da última semana, referindo-se ao risco País, disse que "o mundo percebeu que a economia brasileira tem recursos de defesa melhores (do que os argentinos)". Ele se mostrou preocupado com a possibilidade de a crise levar a Argentina a afastar-se do Mercosul, o que reduziria as possibilidades de crescimento do principal parceiro do Brasil no bloco.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.