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FHC pedirá libertação de nigeriana condenada à morte por adultério

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso vai pedir ao governo da Nigéria que liberte da prisão uma nigeriana condenada à morte por adultério, anunciou ontem o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Arthur Virgílio. Segundo ele, Fernando Henrique deverá telefonar nos próximos dias ao presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, oferecendo asilo político no Brasil à condenada. A mulher que motivará o pedido de clemência do presidente brasileiro é a nigeriana Sufiyatu Huseini, de 35 anos. Em sua defesa, ela alegou ter sido estuprada, mas a Justiça em seu país, com base em rígidas leis fundamentalistas, considerou que seu comportamento foi adúltero. A filha que deu origem ao processo tem 10 meses e está sendo amamentada. A pena de morte da mãe, por apedrejamento, deverá ser aplicada tão logo a menina seja desmamada. De acordo com Arthur Virgílio, Fernando Henrique encaminhou o caso ao ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, para que tome as providências de caráter legal relativas à oferta de asilo. Arthur Virgílio tomou conhecimento do drama da nigeriana por meio de coluna da jornalista Miriam Leitão, publicada em O Globo, em fevereiro. Ele disse ter conversado sobre o assunto com Fernando Henrique antes da viagem do presidente à Europa, de onde volta amanhã. A assessoria de Imprensa do Itamaraty informou que sua Divisão de Direitos Humanos ainda não foi informada sobre a intenção do governo brasileiro de propor a liberdade da nigeriana e seu asilo no País. Da mesma forma, a assessoria de Imprensa do Ministério da Justiça também divulgou que não tem conhecimento do caso. Aos 70 anos e em seu último ano de mandato como presidente, Fernando Henrique alcançou destaque no cenário político internacional, especialmente após os atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, no ano passado. Ele insiste na tese de que os países ricos devem combater não apenas o terrorismo, mas a desigualdade econômica mundial. Nos bastidores do governo, comenta-se sobre eventuais aspirações do presidente a ocupar um cargo de relevância internacional após deixar a Presidência, em 2003.

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