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Fiasco diplomático está só despontando

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, falará aos norte-americanos nesta semana para anunciar o que a maioria espera há semanas: nos próximos dias, por terra e pelo ar, mais de 200 mil soldados americanos e ingleses invadirão o Iraque. Num espaço de pouco mais de quatro meses, ele mobilizou e alienou o apoio da opinião pública internacional e da ONU para uma ação de desarmamento do Iraque, num fiasco diplomático global sem paralelo e cujas ramificações apenas começam a ser vislumbradas. Bush parte para a empreitada que definirá sua presidência num momento em que a economia norte-americana está embicada para baixo e sua própria posição de líder parece, pela primeira vez, vulnerável na frente doméstica. Embora seis em cada dez norte-americanos aprovem um ataque contra o Iraque, uma pesquisa publicada por BusinessWeek deixou evidente a deterioração do apoio ao presidente. No ano passado, 66% aprovavam a forma como Bush vinha conduzindo a economia americana e apenas 32% tinham a opinião oposta. Hoje, uma maioria de 51% desaprova e o número dos que aprovam desabou para 43%. Mais significativo ainda é como os eleitores vêem as chances de reeleição de Bush. Entre janeiro e março de 2002, 54% diziam que, se as eleições fossem naquele momento, "definitivamente votariam em Bush". Hoje, os eleitores certos dele são 38%. "O fracasso de Bush no manejo da diplomacia é desconcertante, e o preço a pagar, mesmo que a guerra termine rapidamente, poderá ser mais alto do que se antecipa", escreveu Bruce Nussbaum na revista, refletindo a apreensão dos empresários com as conseqüências econômicas não só do conflito como de uma ordem internacional baseada num poder unipolar determinado a impor sua vontade num mundo onde não apenas a integração tecnológica, comercial e financeira, mas a luta contra o terrorismo, tornam imperativa a cooperação.

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