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Fidel defende fim de bloqueio e diz que Cuba não precisa de 'esmolas'

Ex-presidente cubano comentou fim de restrições a viagens e remessas para Cuba por parte dos EUA.

Por BBC Brasil
Atualização:

Horas depois do anúncio da Casa Branca de que o governo dos Estados Unidos colocará fim às restrições a viagens e ao envio de remessas a Cuba a cubano-americanos, o ex-presidente de Cuba Fidel Castro publicou um artigo onde afirma que seu país não pede "esmolas" e defendeu o fim do embargo norte-americano à ilha. "(A Casa Branca) anunciou o alívio de algumas das odiosas restrições impostas por (George W.) Bush aos cubanos residentes nos Estados Unidos. (...). Mas quando se perguntou se tais medidas valeriam para outros cidadãos norte-americanos, a resposta foi que não estavam autorizados. (...) Sobre o bloqueio, a mais cruel destas medidas, não se disse uma palavra", afirmou Fidel em um artigo publicado no site Cuba Debate. Fidel classificou ainda o embargo a Cuba como uma "medida genocida", afirmando que ele "custa vidas humanas" e causa sofrimentos "dolorosos" aos cubanos, na medida em que impede que medicamentos e equipamentos médicos com componentes americanos cheguem à ilha.O ex-presidente cubano ainda afirmou que muitos parlamentares americanos - entre eles, o senador republicano Richard Lugar - são favoráveis ao fim do bloqueio, e disse que estão dadas as condições para que Barack Obama acabe com esta política "que vem fracassando durante quase meio século". Leia também na BBC Brasil: EUA suspendem restrições a viagens e remessas para Cuba Esmolas Ele também criticou o fato de Cuba não ter sido convidada para participar da Cúpula das Américas, que acontece no final desta semana, em Trinidad e Tobago, e disse que seu país não precisa de "esmolas". "Cuba jamais estenderá suas mãos pedindo esmolas. Seguirá adiante, com a cabeça erguida, cooperando com os povos irmãos da América Latina e do Caribe, haja ou não Cúpula das Américas, presida ou não Obama os Estados Unidos ou (que o presidente dos EUA) seja um homem uma mulher, um cidadão branco ou negro". O líder cubano, no entanto, reafirmou a disposição de seu país em dialogar com o novo governo dos EUA e de normalizar as relações entre os dois países. Ele ainda disse não culpar Obama pelas políticas de seus antecessores. "Nosso país resistiu e está disposto a resistir o quanto seja necessário, e não culpa Obama pelas atrocidades cometidas por outros governos dos Estados Unidos. Não questiona também sua sinceridade e seu desejo de mudar a política e a imagem dos EUA. Também compreende que ele enfrentou uma batalha muito difícil para ser eleito, apesar de preconceitos centenários". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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