Filha do ex-presidente levará adiante ''fujimorismo''

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Por Efe , Reuters e LIMA
Atualização:

A condenação do ex-presidente peruano Alberto Fujimori a 25 anos de prisão por violação dos direitos humanos não será suficiente para encerrar a influência do "fujimorismo" na política local. Mesmo afastado da vida pública, o legado do ex-presidente está garantido por um numeroso grupo de seguidores liderados por sua filha, Keiko Fujimori, pré-candidata à presidência peruana em 2011 e congressista eleita, em 2006, com o maior número de votos - 602 mil. Faltando dois anos para as eleições presidenciais, Keiko já lidera as pesquisas com 19% das intenções de voto peruano, porcentual igual ao do atual prefeito de Lima, Luis Castañeda, seu provável concorrente. Se chegar à presidência, os corredores do Palácio de Pizarro não serão completamente desconhecidos para Keiko. Depois do divórcio de seu pai, em abril em 1994, ela assumiu, com 19 anos, o cargo de primeira-dama do Peru. Hoje, Keiko lidera o Grupo Parlamentar Fujimorista, que conta com 13 deputados, e disse estar disposta a levar adiante o exemplo do pai. Na opinião dela, Fujimori "salvou o país com sua política antiterrorismo" - a mesma política classificada pela Justiça peruana como responsável por graves violações dos direitos humanos. "O fujimorismo seguirá em alta, sem sombra de dúvida", disse Keiko. "Esse é um movimento político composto por técnicos, por gente que não crê nos partidos políticos tradicionais, pessoas com convicção de trabalhar pelos setores mais afastados e populares", declarou. Para ela, a condenação de ontem não passou de uma "decisão carregada de ódio e vergonha" que deve ser revertida em breve por meio de um pedido de recurso já apresentado pela defesa. APOIO A posição da congressista ecoa por diversas cidades do interior do Peru, onde cartazes que anunciam "Fujimori inocente" aparecem acompanhados de outros, onde se lê "adiante, Keiko" e "força 2011", em referência às próximas eleições presidenciais. O nome Fujimori desperta reconhecimento e admiração nos bairros pobres de Lima e em cidades mais afastadas. Mas a classe média limenha ainda guarda na memória os diversos casos de corrupção e os abusos contra os direitos humanos cometidos durante os dez anos de governo Fujimori, de 1990 a 2000.

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