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Filho de ex-premier de Bangladesh é detido por corrupção

Com país em estado de emergência desde 11 de janeiro, principal responsável por corrupção na legislação anterior é preso em campanha por "limpeza"

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo provisório de Bangladesh, um dos países mais corruptos do mundo, deu nesta quinta-feira um passo decisivo em sua campanha pela "limpeza" na política com a detenção do filho da ex-primeira-ministra Khaleda Zia, considerado o principal responsável pela corrupção na legislatura anterior. Tarek Rahman, grande apoio político de Zia, foi detido de madrugada por forças do Exército de Bangladesh, país que está em estado de emergência desde 11 de janeiro, devido a uma onda de violentos protestos políticos que mataram mais de 40 pessoas. Um prefeito, um ex-ministro e um ex-deputado foram detidos juntamente com Rahman, de 36 anos, que é acusado de ter sido o responsável por boa parte das atividades irregulares que marcaram os cinco anos de mandato de sua mãe, cujo mandato terminou em outubro, informou hoje o jornal bengalês The Daily Star. Segundo a publicação, Rahman "controlava tudo de seu escritório, da Administração civil ao cenário político". A operação começou de madrugada, quando forças do Exército invadiram a casa de Rahman para deter quem até há pouco tempo "parecia intocável", destaca o "The Daily Star". Para o jornalista indiano Mahendra Ved, especializado em Bangladesh, a detenção de Rahman era "previsível" e tem "grande significado político", pois reflete a determinação do atual governo interino. A operação visa à realização de eleições democráticas limpas, que, no entanto, ainda não têm data marcada. No próximo pleito, está prevista a participação do Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP) e da Liga Awami, além de um novo grupo político criado pelo prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus, cujo trabalho à frente da entidade de microcréditos Grameen Bank transformou-o em ícone nacional. Yunus propõe a construção de "uma nova Bangladesh",na qual impere a "boa governaça" e a "boa vontade política", uma novidade para um dos países mais pobres e superpovoados do mundo.

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