HAVANA - Juan Juan Almeida García, filho do falecido vice-presidente cubano Juan Almeida Bosque, foi autorizado pelo governo de Havana a viajar para fora do país, confirmara na terça-feira, 24, os porta-vozes da Igreja Católica e de sua família na ilha. Almeida García recebeu na segunda-feira passada a comunicação das autoridades de que podia começar os tramites para viajar no exterior, por via do cardeal cubano Jaime Ortega, segundo confirmou o porta-voz do Arcebispado de Havana, Orlando Márquez. Indira, filha de Almeida e residente nos Estados Unidos, havia pedido em uma carta dirigida ao cardeal e Arcebispo de Havana, que intercederia ao governo da ilha para que seu pai possa sair, indicou o porta-voz católico. Segundo a declaração de Juan Juan Almeida, de 44 anos, advogado, desde 2003 vem solicitando a permissão das autoridades cubanas para sair do país, receber tratamento para uma doença degenerativa e visitar seus familiares que moram nos EUA, porém não havia recebido a autorização. Em 2009, tentou sair ilegalmente da ilha, mas fracassou, foi preso várias vezes por realizar atos de protesto público e há algumas semanas declarou que foi o primeiro a ficar em jejum e, em seguida, uma greve de fome, exigindo que o governo os autorize a viajar. Sua irmã Brenda Almeida disse na terça-feira que o porta-voz do Arcebispado de Havana "o chamou a noite para decidir que podia passar pela embaixada do México para que consiga um visto para viajar aos EUA". Explicou que seu irmão "já começou a se preparar na imigração e até agora está indo bem, não tem tido obstáculos, porém as autoridades disseram que não autorizavam a sair a qualquer lugar exceto aos Estados Unidos. Estou segura de que a Igreja Católica intercedeu em seu caso". "Amanhã (nesta quarta-feira) vai acontecer o trâmite de permissão de saída e penso que quando ele ter, imediatamente vai pegar as passagens aéreas", acrescentou. A Igreja Católica da ilha anunciou na terça-feira que um novo grupo de seis presos políticos cubanos vão sair das prisões e viajarão para a Espanha, em um comunicado do Arcebispado de Havana, mediador neste processo que já liberou outros 26 reclusos. Estas liberações são fruto do diálogo aberto em maio passado entre a alta hierarquia da Igreja Católica da ilha e o governo de Raúl Castro, com o apoio da Espanha, e prever que em quatro meses os 52 presos, do Grupo dos 75 opositores detidos, na chamada "primavera negra" de 2003, estejam libertados.