
16 de junho de 2011 | 13h07
O filho disse que Kadafi deixaria o poder se perdesse o pleito, o que, segundo Saif al-Islam afirmou, é improvável. Ele reconheceu, porém, que "o regime do meu pai, como desenvolvido desde 1969, está morto". Saif al-Islam disse que prevê um Estado federal, com autonomia local forte e um governo central fraco em Trípoli, capital do país.
Ao mesmo tempo em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) continua a atacar um complexo de Kadafi, a atividade diplomática estrangeira é intensa no país. O ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, disse que seu governo está convidando líderes tribais de todas as partes da Líbia para uma reunião, com o objetivo de promover a reconciliação. Ele afirmou que cerca de 300 pessoas, representando todas as regiões da Líbia, vão participar da reunião, mas não falou sobre a data do encontro. Já a agência de notícias Ansa informou que a reunião deve acontecer na semana que vem.
Em Moscou, a agência de notícias Itar-Tass disse que o enviado russo Mikhail Margelov havia se encontrado com o ministro de Relações Exteriores líbio, Abdul-Ati al-Obeidi, em Trípoli, capital do país, e havia um encontro previsto com o primeiro-ministro Al-Baghdadi Al-Mahmoudi.
O enviado russo Mikhail Margelov foi levado a um local atingido por bombas da Otan em Trípoli. Não está claro se foi o local atingido na madrugada de hoje, mas jornalistas que estiveram no local viram Margelov na companhia de autoridades governamentais. Na semana passada, Margelov visitou o reduto rebelde em Benghazi e disse que Kadafi perdeu sua legitimidade. Por outro lado, Margelov também disse que os ataques aéreos da Otan não são uma solução para o violento impasse líbio.
Segundo a Interfax, Margelov declarou, após a reunião com o ministro de Relações Exteriores, que foi informado que "Kadafi não está preparado para sair e a liderança líbia vai conversar sobre o futuro do país apenas após o cessar-fogo". O ministro de Relações Exteriores também disse, segundo Margelov, que a União Africana deve ser "a principal força" para se chegar a uma resolução.
O último ataque da Otan a um complexo de Kadafi provocou a quebra de janelas e fumaça no centro da capital. Não ficou claro o que foi atacado e não há informações sobre vítimas. Funcionários do governo não falaram sobre o ataque. Os aviões da Otan têm atacado repetidamente a região do complexo em Bab al-Aziziya.
O militar tunisiano Mokhtar Ben Nasr disse que o número de líbios que fugiram do país nos últimos dias aumentou nos últimos dias. Segundo ele, 6.300 refugiados cruzaram a fronteira com a Tunísia no início desta semana. Dezenas de soldados líbios também desertaram e foram para a Tunísia de barco, informou ontem a agência de notícias estatal. As informações são da Associated Press.
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