HARARE - Os filhotinhos do leão Cecil, morto no começo do mês por um dentista americano no Zimbábue, podem ser vítimas de um leão rival, alertou nesta quarta-feira, 29, a Força Tarefa Conservacionista do Zimbábue. Cecil, o leão mais famoso do país, foi morto pelo americano Walter Palmer, um entusiasta da caça que pagou US$ 55 mil a dois ajudantes para rastrear o animal.
A força-tarefa está preocupada com o destino dos 12 filhotes de Cecil, ameaçados pelo segundo leão na hierarquia do clã, Jericho. "Ele é o próximo macho na hierarquia e provavelmente fará de tudo para matar os herdeiros de Cecil e cruzar com as outras fêmeas do bando", disse o porta-voz da entidade, Johnny Rodríguez. "Como Cecil morreu no dia 1º, isso provavelmente até já pode ter acontecido. Mas a essa altura é melhor deixar a natureza seguir seu curso."
Morte. O leão foi ferido pelo dentista americano com uma flecha e depois morto a tiros no Parque de Gwai, o que é ilegal. Seu corpo foi amarrado a um carro para tirá-lo da reserva natural e transferido para a fazenda de um dos guias que o auxiliavam.
Eles foram indiciados por caça ilegal e podem ser condenados a 15 anos de prisão. Um deles, identificado como Theo Bronkhors, teve a licença de caçador suspensa. O outro é o fazendeiro Honest Ndlovu, dono do terreno onde foi encontrado o corpo decapitado do leão.
"Ao que tudo indica, o dentista e seus guias tiraram Cecil do parque com comida para matá-lo em uma propriedade particular", disse por meio de nota a ONG Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta). "Se isso ocorreu, Palmer tem de ser extraditado, indiciado e, preferivelmente, enforcado."
Palmer, que retornou para os Estados Unidos, admitiu ter matado o leão, mas disse que não sabia que ele era um animal bastante querido no Zimbábue e alegou ter todas as licenças necessárias para a caça. /AP