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Finlandeses vão às urnas em disputa que opõe três partidos

Dificilmente o resultado das eleições trará mudanças ao estável país nórdico de 5,3 milhões de habitantes. Partidos costumam concordar quanto principais políticas

Por Agencia Estado
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Os colégios eleitorais da Finlândia abriram neste domingo, 18, as portas às 9 horas para que os eleitores possam eleger os 200 deputados que formarão o próximo Parlamento do país. A disputa deve se concentrar entre o partido de centro do primeiro-ministro, Matti Vanhanen, seu parceiro de coalizão (de esquerda) e a oposição conservadora. Cerca de 4,3 milhões de finlandeses com direito a voto estão convocados às urnas, que permanecerão abertas até as 20 horas (15 horas de Brasília). Segundo as pesquisas, o Partido de Centro do primeiro-ministro Matti Vanhanen mantém uma ligeira vantagem sobre as outras duas grandes legendas, o Partido Social-Democrata (SPD, de esquerda) e a conservadora Coalizão Nacional. A última pesquisa, publicada no sábado pela televisão nacional YLE, prevê a vitória centrista com 24,7% dos votos, mesma percentagem das eleições parlamentares de 2003. O SDP, um dos parceiros no governo de centro-esquerda, perderia mais de três pontos percentuais e obteria 21,3%, embora mantenha a segunda posição em relação aos conservadores por apenas sete décimos. Segundo a mesma pesquisa, os Verdes se transformariam na quarta força política da Finlândia, com 9,7% dos votos, desbancando os ex-comunistas da Aliança de Esquerda, por quatro décimos. A estreita margem entre os três principais partidos, que outras pesquisas situam em menos de dois pontos percentuais, promete eleições muito disputadas e imprevisíveis. Espera-se que a soma de todos os votos esteja disponível a partir das 22 horas (17 horas em Brasília). Caso a pequena vantagem de 0,7 pontos porcentuais dos social-democratas em relação aos conservadores não se confirme, um novo governo de centro-direita terá que ser montado, levando o SDP para a oposição pela primeira vez desde 1995. Ainda assim, dificilmente o resultado das eleições - seja ele qual for - trará grandes mudanças a este estável país nórdico de 5,3 milhões de habitantes. A Finlândia é uma das sociedades mais homogêneas da Europa. Apesar das divisões que caracterizam suas diferenças, os maiores partidos do país costumam concordar quanto às principais políticas finlandesas, incluindo aí a neutralidade da política externa e a manutenção de um sistema de bem estar social financiado por altos impostos. Em uma quebra de tradição, os partidos fizeram campanha neste domingo com o objetivo de mobilizar militantes e ganhar apoio entre os eleitores indecisos. Militantes do partido social-democrata entregaram rosas aos eleitores, enquanto o premier Vanhanen concedeu uma sessão de autógrafos no sábado em um shopping center de Helsinki. Um livro escrito por sua ex-namorada que expõe detalhes da vida amorosa dos dois serviu apenas para ampliar a popularidade do premier, dizem analistas. O governo de Vanhanen rebaixou as taxas de desemprego finlandesas para a média européia de 7,6% em janeiro. Para os críticos, entretanto, ele falhou em melhorar o atendimento médico para os doentes e idosos. A votação deste domingo marca o centésimo aniversário da primeira eleição da Finlândia, primeiro país em do planeta a permitir que mulheres concorressem ao gabinete.

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