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Flórida tem recontagem e denúncias

Democratas acusam republicanos de estimular filas em distritos que votaram em Obama, mas presidente deve vencer no Estado

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Por Redação
Atualização:

MIAMI, EUA  - Doze anos depois de um impasse que só foi resolvido na Suprema Corte dos EUA, o Estado da Flórida voltou a recontar seus votos. Mas, ao contrário do que ocorreu na disputa entre Al Gore e George W. Bush, a recontagem deste ano não será decisiva para a disputa no Colégio Eleitoral.

 

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Com a apuração concluída em 49 Estados, o presidente Barack Obama já tem 303 delegados eleitos, 33 a mais do que o mínimo necessário. Assim, a pequena vantagem de 50 mil votos na Flórida apenas ampliaria sua vantagem em 29 delegados. Na quinta-feira, a campanha do republicano Mitt Romney admitiu a derrota no Estado, mesmo com a recontagem de votos enviados pelo correio ainda em vigor. Segundo a apuração parcial, Obama teve 49,9% dos votos e Romney, 49,3%.

 

Para assessores de Obama, a oficialização da vitória é uma formalidade. "Em algum momento seremos oficialmente declarados ganhadores", afirmou o chefe da campanha do presidente, Jim Messina. Mas lideranças do partido no Estado criticaram a demora. "É constrangedor que dois dias após a eleição a Flórida ainda não tenha o resultado da eleição", declarou o líder dos democratas no Estado, Rod Smith.

 

Humor

 

O episódio foi alvo também de brincadeiras de humoristas políticos. "Na Flórida a eleição ainda não foi resolvida. A boa notícia é que a eleição foi decidida sem ela", disse o apresentador Jon Stewart. O cineasta Billy Corben foi mais irônico. "Depois dessa eleição, a Flórida será pior do que motivo de piadas. Será um motivo de piadas irrelevante", escreveu no Twitter.

 

De acordo com analistas, a recontagem e as longas filas e tumultos no dia da eleição no Estado devem-se a uma mudança nas regras eleitorais instituída pelo governador republicano Rick Scott em 2011 e alterou uma reforma feita após a eleição de 2000 que buscava evitar novos problemas com a recontagem.

 

A comissão eleitoral estadual reduziu de 14 para oito dias o prazo para votos antecipados. O domingo que antecede a eleição presidencial, quando a comunidade negra do Estado vai em peso votar, ficou de fora do período, o que inflou as filas na terça-feira. Com o prazo mais curto, democratas recorreram à Justiça Federal para que os eleitores pudessem votar pelo correio.

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Além disso, 11 emendas à Constituição estadual foram incluídas na cédula, o que a tornou grande e difícil de manejar. Quebras em máquinas de votação também atrasaram o processo. As filas em Miami chegaram a durar 5 horas. O governo estadual rejeita as acusações. "Houve um atraso na divulgação dos resultados da eleição em razão da alta participação, não por problemas no processo", disse a supervisora da eleição Christine White.

 

Para o professor de políticas públicas da Universidade da Flórida Lance de Haven-Smith, os republicanos reverteram as reformas aprovadas após o impasse de 2000 para restringir a participação democrata no processo. "Os números de dias foram reduzidos para aumentar as filas em zonas urbanas, onde estão os distritos majoritariamente democratas", disse. / NYT E AFP 

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