
02 de maio de 2019 | 11h55
Atualizado 02 de maio de 2019 | 18h20
O fluxo de venezuelanos que chegam a Roraima pela fronteira entre Pacaraima e Santa Elena de Uairén caiu na quarta-feira, 1, para 570 pessoas, de 848 no dia anterior -o primeiro de protestos convocados pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó contra o regime de Nicolás Maduro.
Segundo a assessoria da Operação Acolhida, que ressalta que esses números variam muito diariamente, apesar de a média da última semana estar em torno das 400 pessoas, 616 entraram no Brasil ontem e 46 voltaram para a Venezuela.
A fronteira está fechada do lado venezuelano desde fevereiro, o que provocou a queda do fluxo de refugiados que chegam ao Brasil de mil pessoas por dia para cerca de 200. Nas últimas semanas, segundo o Exército, no entanto, essa média voltou a subir.
"Cabe ressaltar, ainda, que 278 pessoas se dirigiram ao Posto de Triagem da Operação, sendo 76 para solicitação de refúgio e 202 para residência temporária", acrescentou por meio de nota a assessoria de comunicação da Operação Acolhida. "No que se refere ao atendimento na área de saúde, 423 pessoas foram vacinadas e um total de 1096 doses foram administradas."
A Operação Acolhida informou que não houve reforço na fronteira por causa da confusão ocorrida na Venezuela. Segundo os militares, a movimentação foi tranquila durante todo o dia em Pacaraima.
Na quarta-feira, o governador de Roraima, Antônio Denarium (PSL), disse ao Estado que teme que a população de seu Estado se volte contra os venezuelanos.
"Temo que a população se revolte. Temo que se volte contra os venezuelanos porque não tem nenhum benefício para brasileiro, só tem benefício para venezuelanos”, afirmou. “O que vem é só pro venezuelano. Não dá cesta básica pro brasileiro que está passando fome. Mas, pro venezuelano, dá tudo, almoço, jantar, aluguel. Dá tudo que o brasileiro não tem.”
Esta semana, mais de 450 militares do Exercito chegaram de forma antecipada na fronteira do Brasil com a Venezuela, no mesmo dia em que começaram os conflitos no país vizinho. Eles vieram do Comando Militar do Sudeste (CMSE), em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e foram encaminhados para a fronteira, onde devem permanecer por três meses.
A fronteira está fechada desde o dia 23 de fevereiro, quando Maduro não aceitou que representantes do governo Guaidó entrassem com alimentos na Venezuela. O governo de Roraima está monitorando a possibilidade de uma possível guerra civil na Venezuela e reforçou o policiamento militar na fronteira. / COLABOROU CYNEIDA CORREIA
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