WASHINGTON - A economia da Venezuela deve ter uma queda de 15% em 2018, segundo projeção divulgada ontem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Caso seja confirmada, será o terceiro ano seguido de recessão. Em 2016, a perda do PIB foi de 16,5%, seguida por recuo de 14% em 2017, segundo a entidade.
A expectativa do FMI era a de que a Venezuela chegasse ao fim deste ano com retração de 6% do PIB. Para o período entre 2013 e 2018, a estimativa do FMI é de que a queda do PIB chegue a quase 50%. A inflação, por sua vez, deve disparar e atingir 13.000%. Em 2017, a inflação da Venezuela chegou a 2.616%.
Petróleo. A Venezuela vive a pior crise de sua história e sofre com o encolhimento de sua economia há quatro anos. Um dos principais fatores que contribuíram para a derrocada do país foi a queda do preço do barril de petróleo, desde 2014, já que o setor responde por quase a totalidade da exportação do país e por cerca de metade da receita do governo.
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Em dezembro, a produção de petróleo da estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) caiu em 100 mil barris por dia e se situou em 1,7 milhão de barris diários, o número mais baixo desde 1989, segundo a companhia de análise do mercado energético S&P Global Platts.
O acesso insuficiente a dólares, o controle de preços e a rígida regulamentação trabalhista levaram algumas empresas dos EUA e multinacionais a reduzirem ou encerrarem suas operações na Venezuela.
No início do mês, dados apresentados pela Assembleia Nacional (AN), de maioria opositora, apontavam que a inflação poderia chegar a 10.000% este ano. O presidente da Comissão de Finanças da Assembleia Nacional, o opositor José Guerra, afirmou que a inflação venezuelana está fora de controle em razão da “impressão de dinheiro indiscriminada do Banco Central para financiar o déficit do governo” de Maduro.
O Banco Central da Venezuela não publica desde 2015 dados oficiais sobre inflação e PIB. Estima-se, no entanto, que no ano passado a inflação tenha fechado em 180,9% e o PIB tenha encolhido 5,7%. / REUTERS e EFE