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FMI nega dificuldades argentinas

Por Agencia Estado
Atualização:

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que daqui a ?três ou quatro semanas? entregaria à Argentina US$ 1,3 bilhão, relativos à blindagem financeira concedida no início deste ano para salvar o país do perigo da suspensão do pagamento da dívida externa. No anúncio, divulgado em Buenos Aires, o porta-voz do FMI, Thomas Dawson, negou que a Argentina possa ter dificuldades para cobrir suas necessidades financeiras de curto prazo. O porta-voz explicou que a Argentina afirma que ?as necessidades de financiamento a curto prazo estão em bom estado?, e que essa posição argentina ?é muito confiável e digna de crédito?. Segundo Dawson, no final de abril, uma missão do Fundo irá à Buenos Aires para conversar sobre o pacote de medidas do novo ministro da Economia, Domingo Cavallo. Enquanto isso, em Buenos Aires o governo tenta ampliar sua base de sustentação política. Para isso, convocou para esta quinta-feira uma ?mesa de diálogo? com as principais lideranças empresariais e sindicais, para que expliquem os problemas que possuem em relação à produtividade e emprego. Com eles, o governo pretende formar os ?grupos de competitividade setoriais?. A convocação do governo deve-se à surgimento de dúvidas sobre a dimensão da sustentabilidade política que Cavallo poderá ter nos próximos meses. Segundo analistas políticos, o ministro somente conseguiu a aprovação de seus poderes especiais na Câmara de Deputados porque os assustou com o risco de suspensão de pagamentos da dívida. Além disso, em um apelo com tons apocalípticos, Cavallo disse que os parlamentares seriam os responsáveis pelo fim da conversibilidade econômica, caso não conseguisse os poderes especiais para aplicar suas medidas. No entanto, afirmam, depois que a situação se acalmar, o apoio poderá desaparecer. Um dos fatores que contam contra Cavallo é que daqui a seis meses serão realizadas eleições parlamentares. Dentro do próprio gabinete do ministro existem dúvidas. O Secretário para Assuntos Legais e Administrativos, Alfredo Castañón, reconheceu que não se sabe ?quanto tempo vai durar? o apoio político obtido por Cavallo. ?A maioria, por necessidade, e alguns por responsabilidade, estão nos apoiando. Mas se não existirem resultados rápidos, é possível que esse apoio fique diluído?.

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