Folga de piloto impediu uso de helicóptero contra norueguês, diz polícia

Jovens pediram ajuda pelas redes sociais; polícia só soube do início do massacre mais de uma hora depois

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Por BBC Brasil
Atualização:

OSLO - Nenhum helicóptero foi usado na caçada ao homem acusado de atirar e matar 68 pessoas na ilha norueguesa de Utoya porque o piloto da aeronave estava de folga, afirmou nesta terça-feira, 26, a polícia da Noruega.

 

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Helicópteros emprestados

 

A escritora e ex-ministra da Justiça do país Anne Holt disse que a polícia tem muitas perguntas a responder em relação à resposta ao ataque na ilha de Utoya. Vestido de policial, Breivik teria chegado à ilha perto de Oslo e disparado contra jovens que participavam de um acampamento do Partido Trabalhista, ao qual pertence o primeiro-ministro Jens Stoltenberg.

 

Os ataques, considerados os piores ocorridos na Noruega desde a Segunda Guerra Mundial, ocorreram na última sexta-feira, em meio às férias de verão, que costumam esvaziar a cidade de Oslo. A imprensa norueguesa chegou a veicular que o governo do país havia pedido helicópteros-ambulâncias emprestados ao Reino Unido, para o resgate das vítimas. Twitter e FacebookVítimas do homem acusado do massacre que deixou 76 vítimas na Noruega, na última sexta-feira, teriam colocado mensagens no Twitter e no Facebook antes mesmo de a polícia ser avisada, segundo informações da ex-ministra Anne Holt. Algumas das vítimas do ataque disseram a jornalistas que, ao ouvir que o atirador vestia um uniforme da polícia, decidiram usar a internet em vez de ligar para os serviços de emergência. Policiais disseram que a viagem de carro até o lago demorou cerca de 20 minutos e foram necessários aproximadamente outros 20 minutos para que eles achassem um barco apropriado. Muitas vítimas morreram ao saltar na água, tentando cruzar o estreito que separa a ilha do continente. Desculpas O advogado de Breivik disse nesta terça-feira que seu cliente pede desculpas pelos ataques, mas negou estar arrependido. A polícia norueguesa está analisando a possibilidade de acusar Breivik de crimes contra a humanidade, segundo o jornal Aftenposten. O militante de extrema-feira disse que os ataques foram necessários para iniciar uma guerra no mundo ocidental, segundo seu advogado, Geir Lippestad. A "guerra" contra o mundo islâmico e o marximo foi mencionada no manifesto de 1,5 mil páginas atribuídas ao norueguês. O acusado será submetido a uma avaliação psicológica para atestar suas condições psiquiátricas. O advogado disse que Breivik usou "alguns tipos de drogas" antes dos crimes da sexta-feira, para mantê-lo "forte e eficiente". Breivik aceitou responsabilidade pelos ataques mas negou as acusações de terrorismo.

 

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