03 de junho de 2012 | 03h06
De acordo com González Alfonso, o governo anterior, socialista, havia prometido manter por pelo menos 24 meses os subsídios, que ajudavam a pagar o aluguel de 750 da residência onde mora com a mulher e a filha no subúrbio de Alto del Arenal.
O novo governo conservador do primeiro-ministro Mariano Rajoy insiste que não quebrou promessas e diz que a decisão tem de ser vista no contexto dos pesados cortes no orçamento enquanto a Espanha se empenha para sanar suas finanças públicas.
O chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo, disse, em abril, que o governo intensificaria seus esforços para ajudar os cubanos a encontrar emprego, mas sem oferecer mais dinheiro aos dissidentes. "Essa não é uma questão simples", disse García-Margallo.
Negociação. Há dois anos, quando o então chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos negociou a liberdade dos dissidentes, afirmou que o acordo ajudaria a fortalecer os laços da Europa com Cuba. No entanto, isso também não funcionou como planejado.
A União Europeia continua mantendo relações limitadas com Cuba, exigindo melhorias na situação dos direitos humanos. Moratinos não quis comentar a situação atual dos dissidentes na Espanha, afirmando que a questão era agora é responsabilidade de Rajoy. "Libertar essas pessoas foi uma grande satisfação e eles receberam tudo o que podíamos oferecer", afirmou.
Alguns dos dissidentes sentem-se usados pela Espanha. "O governo espanhol não estava motivado por preocupações humanitárias, mas queria ser visto como o país europeu capaz de mudar a política referente a Cuba", afirmou Omar Rodríguez Saludes, fotógrafo cubano que estava cumprindo uma pena de 27 anos antes de ser libertado. "Quando você vê o pouco que eles se importam com a gente, fica claro que éramos apenas uma moeda de barganha." / NTY
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