Fontes de segurança pedem a estrangeiros que deixem Gaza

Motivo do pedido é o possível aumento de seqüestros após rapto de fotógrafo

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Por Agencia Estado
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Fontes de segurança palestinas pediram nesta quarta-feira, 3, aos estrangeiros que permanecem em Gaza para que abandonem o território, depois do seqüestro do fotógrafo peruano Jaime Razuri, mas a Autoridade Nacional Palestina (ANP) pediu calma e desmentiu que queira a saída dos cidadãos. Um alto comando das forças de segurança se dirigiu à imprensa, sob condição de anonimato, para pedir "às organizações internacionais que trabalham em Gaza que evacuem seus colaboradores estrangeiros para evitar novos seqüestros". A fonte acrescentou que foram recebidos avisos de que estão sendo planejados novos seqüestros de estrangeiros e que os alvos são principalmente os europeus e os americanos. Razuri é peruano, mas trabalha para a agência francesa de notícias France Presse. O fotógrafo está há dois dias nas mãos de seus seqüestradores e, segundo o encarregado de negócios da embaixada peruana, César Jordán, "acredita-se que estes pertencem a um pequeno grupo que talvez procura notoriedade". Isso, segundo o diplomata, "aumenta a esperança" de que Razuri seja libertado, pois "a experiência nesses casos indica que os reféns ficam presos por pouco tempo e não são maltratados". No entanto, o diplomata peruano afirmou que, por enquanto, a embaixada "não recebeu informação alguma" sobre seu paradeiro. A embaixada peruana está em contato com o consulado da França, pois o jornalista trabalha para a agência de notícias francesa France Presse. "A França conta com uma infra-estrutura em Gaza e nós estamos muito gratos por sua cooperação", disse Jordán, acrescentando que trabalham "conjuntamente" para detectar o paradeiro de Razuri. Os seqüestradores não se identificaram e não divulgaram o motivo do seqüestro. O chefe da seção consular na embaixada, Stephan Mutze, foi recebido na terça-feira na Cidade de Gaza pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e pelo chefe dos organismos de segurança, Yousef Aisa. "O presidente Abbas condenou e lamentou o seqüestro em um território onde a ANP é responsável pela segurança", segundo Jordán. O cônsul peruano, em nome do Ministério de Exteriores em Lima, pediu a Abbas que faça todos os esforços para conseguir a libertação de Razuri. Ahmed Soboh, vice-ministro de Informação na ANP e próximo do presidente, Mahmoud Abbas, assegurou à agência de notícias EFE que não se pediu aos estrangeiros que saiam do território, pois "se espera que a coisa não seja para tanto". Em relação ao fotógrafo seqüestrado, Soboh disse que a ANP espera "a qualquer momento ter boas notícias".

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