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Força Aérea colombiana bombardeia acampamentos das Farc

Por Agencia Estado
Atualização:

A Força Aérea da Colômbia bombardeou, entre segunda-feira e hoje, sete acampamentos da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), informaram autoridades militares do país. O bombardeio se constituiu na primeira ação ofensiva do novo governo de Álvaro Uribe contra as Farc. "A Aeronáutica detectou vários acampamentos e levou a cabo operações rápidas e maciças em cada uma das instalações", declarou o general Héctor Fabio Velasco. "O Exército está empenhado agora em determinar o número de baixas, que acreditamos ser grande." Segundo o relatório das forças governamentais, os maiores acampamentos se localizavam nos povoados de Cerrito, 450 quilômetros a nordeste de Bogotá, e Nuchía, 400 quilômetros a norte da capital colombiana. Cada um deles tinha capacidade para abrigar mais de cem guerrilheiros. Soldados do Exército também enfrentaram rebeldes das Farc em Vistahermosa (400 quilômetros a sudeste) e em El Doncello (650 quilômetros ao sul). Nestes choques, pelo menos dois guerrilheiros morreram, de acordo com informações oficiais. O governo anunciou também a morte de um paramilitar de direita durante confronto com o Exército no interior do país. Os sinais de guerra na Colômbia se tornaram mais evidentes depois da declaração do estado de comoção interna, feita por Uribe na madrugada da segunda-feira. A medida - que limita algumas garantias constitucionais - foi adotada com o objetivo de dar apoio às forças do governo no combate aos grupos rebeldes. Adicionalmente, Uribe anunciou a criação de um imposto de 1,2% sobre pessoas físicas e jurídicas que possuem patrimônio acima de US$ 60 mil. O novo tributo, que deve ser cobrado uma única vez, acrescentará US$ 780 milhões ao orçamento de Defesa. Correto O estado de emergência decretado por Uribe para combater as fontes da violência em seu pais é um procedimento "correto", opinou nesta terça-feira o assessor antidrogas do presidente George W. Bush. "Há uma guerra", disse John Walters falando em defesa da decisão de Uribe de suspender algumas liberdades civis. "Há certas coisas e icircunstâncas que têm de ser adotadas em uma guerra". Walters disse que entendia que "a necessidade de proporcionar segurança e preservar a democracia na Colômbia teria que ser atentdida com o fortalecimento e o respeito aos direitos humanos e às liberdades civis". Mas, acrescentou, não se deve esquecer que há uma guerra na Colômbia e que Uribe "foi muito claro" em sua aspiração de restaurar o princípio de autoridade nos lugares do país que atualmente não estão protegidos. "Com isto, (Uribe) quer dizer que os tribunais, assim como as forças de segurança, têm que zelar pela ordem legal em áreas que foram descuidadas e cenário de violência e violações aos direitos humanos", comentou. Isto às vezes "não fica muito claro" para o público americano - disse -, o qual freqüentemente fala menos dos abusos cometidos pelos guerrilheiros. "O recrutamento forçado de adolescentes pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o uso da violência como forma de intimidação e o assassinato de prefeitos em um esforço sistemático de destruir a capacidade de governo são um exemplo grave, flagrante e brutal do império do terror". Walters, que assistiu à cerimônia de posse de Uribe em 7 de agosto, durante a qual um ataque guerrilheiro deixou cerca de 20 mortos nas proximidades do palácio presidencial, lembrou que, devido ao estado de guerra, também nos EUA foram fortalecidas certas medidas de segurança. Entre essas medidas, indicou as interceptações de conversas via telefone e Internet, bem como restrições sobre o que os funcionários devem comunicar à imprensa, e que para alguns podem não ser legítimas nem prudentes. A agenda de segurança e reforma interna a que se propôs Uribe é "ambiciosa e difícil", disse. Isto porque "o novo governo entende que não se trata apenas de um assunto de segurança mas, sim, do restabelecimento da coesão da sociedade colombiana e de fazer com que as instituições funcionem para todos", afirmou. "E essa é a resposta correta". Em Bogotá, o vice-presidente Francisco Santos prometeu que a liberdade de imprensa não será suspensa.

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