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Força aérea russa bombardeia último bastião dos rebeldes sírios

Aviões de Moscou, que apoia Bashar Assad, atingiram ao menos uma dezena de alvos em Jisr al-Shughour, na Província de Idlib; após sete anos de guerra, essa região é o último ponto de resistência ao governo sírio

Atualização:

DAMASCO - A aviação russa que atua na Síria bombardeou nesta terça-feira, 4, o último bastião rebelde no país, de acordo com informações de uma ONG que monitora o conflito. 

A ofensiva encerra um período de várias semanas em que a guerra no país teve sua intensidade diminuída e sugere que o regime de Bashar Assad, com apoio de Moscou, pode preparar uma ampla ofensiva na Província de Idlib.

Ao menos uma dúzia de alvos foram bombardeados na cidade síria de Jisr al-Shughour, em Idlib Foto: Photo by OMAR HAJ KADOUR / AFP

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Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres, mais de uma dúzia de bombas foram lançadas no entorno da cidade de Jisr al-Shughour, em Idlib. Em imagens da região, é possível ver uma grande coluna de poeira e fumaça em uma extremidade de um bairro residencial.

Depois de sete anos de guerra, a Província de Idlib é hoje o último ponto de resistência dos rebeldes.  Como a fronteira com a Turquia, no norte do país, está fechada, a região também se tornou uma espécie de prisão para cerca de 2 milhões de civis deslocados internamente, incluindo ativistas, jornalistas e trabalhadores humanitários que temem ser presos se retomarem suas vidas sob o governo de Assad.

Em uma mensagem no Twitter nesta terça, o presidente dos EUA, Donald Trump, alertou a Síria e seus aliados, Rússia e Irã, de que um "ataque imprudente" à província seria um "grave erro humanitário". Depois do relato dos bombardeios, o Kremlin afirmou que a província era um "ninho de terroristas".

"Falar apenas em tom de alerta, sem levar em conta o potencial negativo e muito perigoso para toda a situação na Síria, provavelmente não é uma abordagem completa e abrangente", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aparentemente em referência ao comentário de Trump.

Em Jisr al-Shughour, equipes de resgate e civis disseram que muitas pessoas tentaram se proteger em abrigos subterrâneos enquanto que algumas famílias dirigiam, de carro, para a fronteira. "A cada cinco minutos há novos ataques", disse um socorrista, Dured Bash. / THE WASHINGTON POST

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