Forças de Kadafi resistem em várias cidades

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Por Andrei Netto
Atualização:

Há seis meses, o governo de Muamar Kadafi afirmava ter o controle de toda a região oeste da Líbia, quando, na realidade, o movimento insurgente já ocupava boa parte da área que compreende as montanhas de Jabal Nafusah. Agora, porém, são os rebeldes que superdimensionam o controle do país. Em toda a região oeste, bolsões de militares e milicianos fiéis ao regime do ditador continuavam a ameaçar as forças rebeldes ontem. Ainda há focos de resistência espalhados pelo oeste, mas eles se concentram mais na região em torno de Sabrata e Surman - e também ao sul de Trípoli, onde militares e tribos pró-Kadafi, vindas da cidade natal do ditador, Sirte, reforçaram a linha que tenta impedir o avanço dos insurgentes. Embora estejam inferiorizados pela perda de equipamentos, os militares fiéis a Kadafi são responsáveis por ataques às forças rebeldes, que teriam resultado até na libertação de prisioneiros de alto escalão do regime, de acordo com relatos. Além das tropas que seguem ativas em várias regiões do território líbio, as forças leais ao regime também espalharam minas terrestres em diferentes partes do oeste do país. No posto de fronteira de Dehiba-Wazen, junto à Tunísia, toda a linha foi minada para tentar prejudicar a circulação de rebeldes da região de Nalut e de Zintan. Outro foco de resistência fica em um anel em torno de Zintan, que, por situar-se em uma região geográfica favorável, nas montanhas, conseguiu resistir ao cerco de quatro meses que sofreu. Mohamed Anish, de 43 anos, mecânico da indústria petrolífera de Ras Lanuf, é um dos encarregados de desarmá-las. Até ontem, 2,6 mil minas já foram desativadas pelos dez homens de seu grupo. Sem nunca ter trabalhado na área antes, Anish confessou ter ficado assustado com a missão que lhe foi confiada pelo comando rebelde. "Eu tinha medo, claro, porque nunca tinha feito isso", afirmou. Os rebeldes estimam que pelo menos outras 3 mil minas terrestres continuem ativas no território líbio.

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