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Forças de Segurança da Venezuela mataram centenas de jovens de maneira arbitrária, diz ONU

Relatório assinado pela organização aponta que assassinatos de oposicionistas não são punidos e operações contra o crime ocorrem sem mandados judiciais

Atualização:

CARACAS - Integrantes das Forças de Segurança da Venezuela suspeitos de matar centenas de manifestantes têm imunidade penal no país, o que mostra que o Estado de Direito está "praticamente ausente", disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira, 22.

Violência: ONU reconhece que um total de 124 pessoas foram mortasem manifestações na Venezuela Foto: AP Photo/Juan Carlos Hernandez

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O Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU divulgou um relatório indicando que membros das Forças de Segurança mataram centenas de jovens, principalmente em regiões pobres, entre 2015 e 2017 de maneira arbitrária e não sofreram punição.

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A organização pede, no documento, que o governo do presidente Nicolás Maduro julgue os infratores e cita casos chocantes de assassinatos extrajudiciais de jovens durante operações de combate ao crime realizadas sem mandados judiciais em bairros pobres. Segundo críticos ao regime de Maduro, o governo recorre a táticas cada vez mais autoritárias, à medida que a recessão e a hiperinflação se aprofundam no país e ampliam a insatisfação da população.

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Milhares de pessoas deixaram a Venezuela só no último ano. O relatório da ONU sugere também uma intervenção do Tribunal Penal Internacional (TPI), em consequência de abusos graves e sistemáticos e impunidade generalizada no país.

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O governo da Venezuela rejeitou o relatório. O Ministério das Relações Exteriores do país publicou uma declaração desqualificando o documento e argumentando que se trata do "resultado de uma metodologia altamente questionável que enterra a credibilidade e rigor técnico exigidos de um Escritório dessa natureza e viola os princípios de objetividade, imparcialidade e não-objetividade".

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A declaração também questiona a falta de endosso do Conselho de Direitos Humanos da ONU ou de sua Assembleia-Geral. "O documento constitui um ato arbitrário que viola as próprias regras de funcionamento do Escritório e usurpa as atribuições que correspondem a outros órgãos da ONU." / EFE e REUTERS

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