Forças de segurança resgatam sunitas seqüestrados no Iraque

Mais de 30 homens foram presos depois da tentativa de seqüestro de dez pessoas em uma vila sunita próxima à Bagdá

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Por Agencia Estado
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Tropas americanas e iraquianas resgataram sete sunitas árabes capturados por militantes xiitas perto de Bagdá, como parte de uma campanha para suprimir a violência sectária responsável por centenas de mortes este ano. A polícia iraquiana disse que os problemas começaram quando dezenas de homens armados usando uniformes militares invadiram duas vilas sunitas perto de Khan Bani Saad, a cerca de 40 quilômetros ao nordeste de Bagdá, e seqüestraram 10 homens. Líderes locais e clérigos alertaram a polícia e os soldados americanos que foram ao local rapidamente, entraram em conflito com os militantes e resgataram sete reféns. Os três outros capturados ainda estão desaparecidos e foram levados por militantes que conseguiram fugir. Soldados americanos mataram pelo menos um dos seqüestradores e feriram outro, segundo o coronel Thomas Fisher, comandante do 1º Batalhão. Alguns dos reféns foram espancados, acrescentou Fisher. Mais de 30 pessoas foram presas, segundo a polícia iraquiana, e os interrogadores estão tentando determinar suas identidades. Alguns dos homens disseram pertencer a uma milícia leal ao clérigo radical xiita Muqtada al-Sadr e vieram de Bagdá. Contudo, Fisher disse que o seqüestro pode ter sido de natureza tribal. Seja qual for o motivo, o incidente é mais um exemplo para a situação caótica de segurança na área de Bagdá, lar de grandes comunidades xiitas, sunitas e curdas. Com o aumento das tensões sectárias, grande parte da violência migrou de áreas sunitas, como a província de Anbar, para outras áreas com uma população mista. Esquadrões da Morte Segundo fontes policiais, as autoridades não descartam que os detidos tenham relação com os "esquadrões da morte" aos quais os sunitas iraquianos atribuem os assassinatos de civis de sua comunidade. Em várias ocasiões, árabes sunitas responsabilizaram "esquadrões da morte" pelo seqüestro e assassinato de membros de sua comunidade. Os grupos seriam integrados por ex-membros de milícias xiitas, que se incorporaram às Forças de Segurança iraquianas após a queda do regime de Saddam Hussein, em 2003. O Ministério do Interior, controlado por xiitas - grupo majoritários no Iraque - anunciou em fevereiro que abriria uma investigação sobre os supostos "esquadrões da morte". O presidente do Iraque, Jalal Talabani, disse na quarta-feira que 1.091 cadáveres de pessoas assassinadas em atos de violência sectária foram encontrados em Bagdá durante o mês de abril. O governante recomendou às forças de segurança, aos partidos políticos e ao Parlamento que "atuem imediatamente para acabar com esses crimes", que estão "minando a união nacional no Iraque".

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