
27 de agosto de 2011 | 00h00
A tarefa de ressuscitar a economia depauperada da Líbia será mais difícil também por causa da perigosa situação na área da segurança. O risco de o país mergulhar no caos após a provável derrubada de seu ditador permanece. Há também a probabilidade de confrontos entre elementos rebeldes unidos pelo ódio a Kadafi.
Para evitar consequências tão terríveis, a Otan ou as Nações Unidas terão de prestar uma assistência econômica, uma assessoria especializada e, provavelmente, enviar tropas para o país. Será necessária uma força de estabilização externa para evitar que depósitos de armas, algumas delas químicas, caiam em mãos erradas. Nos Estados Unidos, não existe muita disposição para isso. Assim, europeus, africanos e árabes devem se responsabilizar pelas forças de manutenção da paz.
Algumas pessoas podem argumentar que uma força de estabilização internacional poderia repetir os erros cruciais cometidos na guerra do Iraque. Mas, inversamente, os cenários após os conflitos na Bósnia, Kosovo e Timor Leste foram mais positivos, porque em todos os três locais um número substancial de soldados foi mobilizado logo no início.
Nenhum desses países é um paraíso, mas são mais pacíficos do que o Iraque ou o Afeganistão e constituem um bom modelo. Se a Otan recusar-se a enviar uma força de paz e a ONU não agir, a Líbia pode se tornar um Estado falido. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
É MEMBRO DO COUNCIL ON FOREIGN RELATIONS
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