Forças sírias mantêm repressão, em meio a visita de missão da ONU

PUBLICIDADE

Por Gustavo Chacra
Atualização:

CORRESPONDENTE / NOVA YORKNem mesmo a visita de uma missão de direitos humanos da ONU ontem à Síria impediu as forças de Bashar Assad de reprimir a oposição. A ofensiva provocou críticas do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Em mais um revés para o líder sírio, o Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, deve aprovar nova resolução. A entidade elevou para 2.200 o total de mortos pelo regime de Damasco.A missão da ONU visitouHoms, um dos bastiões da oposição. Ao chegar, segundo relatos dos funcionários da ONU e imagens divulgadas na internet, centenas de manifestantes os receberam com faixas e entoaram gritos contra Assad.Neste momento, membros das forças de segurança e de milícias leais ao governo dispararam contra os manifestantes, matando três pessoas, segundo organizações opositoras. O governo nega envolvimento no ataque e insiste que suspendeu as ações contra os opositores em Homs e outras cidades.Em Nova York, um porta-voz da ONU disse que a missão precisou partir por "questões de segurança". Mas ele esclareceu que os funcionários da organização não foram alvo de violência das forças do governo e tampouco dos manifestantes."Estou preocupado com a possibilidade de ele não ter cumprido a sua palavra e continue reprimindo a oposição", disse Ban Ki-moon. Na semana passada, Assad havia prometido encerrar as operações contra os opositores.Em Genebra, a alta comissária para direitos humanos da ONU, Navi Pillay, afirmou que "mais de 2.200 pessoas morreram desde o início dos protestos, em março, 350 delas durante o Ramadã (mês sagrado islâmico)". O número supera em 10% a estimativa anterior. O Conselho de Direitos Humanos em Genebra elaborou o rascunho de uma resolução para investigar Assad e autoridades sírias por crimes contra a humanidade.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.