Fósseis que ligam homens a macacos são descobertos

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Por AE-AP
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Dois esqueletos de quase 2 milhões de anos descobertos na África do Sul pertencem a uma espécie desconhecida. Segundo os cientistas, ele pode ser o elo de transição entre macacos ancestrais e humanos modernos. Os fósseis apresentam traços das duas linhagens e receberam o nome científico de Australopithecus sediba, que significa "macaco do sul", fonte para indicar tanto sua relação prévia com a forma dos macacos e os traços mais tarde encontrados em povos mais modernos."Esses fósseis nos dão uma visão extraordinariamente detalhada sobre um novo capítulo da evolução humana e fornecem uma janela sobre um período crítico, quando os hominídeos se transferiram da vida nas árvores para a vida no chão", disse Lee R. Berger, da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. "O Australopithecus sediba parece apresentar traços que demonstram um animal confortável nos dois mundos."Os dois fósseis foram encontrados numa cova onde antes havia uma caverna. Seus ossos foram preservados por sedimentos endurecidos que os encobriu durante uma enchente logo depois que eles morreram, disseram os pesquisadores. Um deles pertence a uma fêmea que deveria ter por volta de 30 anos, e o outro era de um menino entre oito e nove anos, segundo o relatório. Outros dois fósseis foram encontrados desde a descoberta, mas Berger não falou sobre eles. Berger e seus colegas descreveram a descoberta no jornal Science. Humanos modernos, conhecidos como Homo sapiens, descendem de grupos ancestrais, tais como o Australopithecus, cujo exemplo mais conhecido é o fóssil Lucy, que viveu cerca de um milhão de anos antes do recém-descoberto A. sediba. Berger disse que os fósseis são datados entre 1,95 milhão e 1,78 milhão de anos atrás. Alguns descreveram a descoberta como o "elo perdido", mas esse conceito não é mais aceito pela ciência. "O ''elo perdido'' fazia sentido quando pensávamos que poderíamos alinhar os fósseis mais antigos e os mais recentes", explicou o paleontologista do Smithsonian Richard Potts. Mas agora, os pesquisadores sabem que houve uma grande diversidade de braços na árvore genealógica da família humana em vez de uma única linha.

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