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França acredita ser cedo falar de sanções ao Irã

Por Agencia Estado
Atualização:

A França não entrará, por enquanto, no debate sobre sanções ao Irã, a respeito do conflito sobre o programa nuclear da República Islâmica, e prefere priorizar o diálogo com a comunidade internacional, especialmente entre Rússia e China. "É um pouco cedo para dizer o que fará o Conselho de Segurança da ONU", disse hoje o porta-voz do Ministério de Exteriores da França, Jean-Baptiste Mattéi, em resposta a perguntas sobre se o principal órgão das Nações Unidas pode considerar sanções contra Teerã. Ele explicou que a primeira etapa é preparar e realizar a reunião do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), cuja data ainda não está fixada e da qual "esperamos" que saia um relatório ao Conselho de Segurança. Algumas horas antes, o ministro de Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, tinha afirmado em Londres que o Conselho de Segurança pode considerar sanções contra o Irã, destacando que "ninguém" fala de ações militares. Dois dias depois que o Irã tirou os lacres das instalações para enriquecer urânio, material que pode ser usado para fabricar armas atômicas, os ministros de Exteriores da Alemanha, França e do Reino Unido encontraram-se ontem em Berlim com o representante diplomático da UE, Javier Solana, e deram por encerrado o processo de negociação aberto em 2003 com Teerã. Também decidiram pedir uma reunião da AIEA para remeter o conflito ao Conselho de Segurança, um passo apoiado pelos Estados Unidos. Em sua resposta, o Governo iraniano ameaçou hoje, sexta-feira, deixar de colaborar com a AIEA se o caso chegar ao Conselho de Segurança, uma ameaça que o porta-voz francês não quis comentar diretamente. "A responsabilidade pelo fracasso das negociações pesa sobre os iranianos, que com suas resoluções, decidiram encerrar o processo de negociações, e não devem se surpreender que os europeus tenham levado à prática suas advertências", afirmou Mattéi. Ao insistir que o problema concerne a "toda a comunidade internacional", disse que vai proceder de forma muito ativa às conversas com Rússia e China, "um certo número" de países não alinhados e outros países para preparar a reunião da AIEA. Na próxima segunda-feira haverá em Londres uma reunião de altos dirigentes dos três países europeus, Estados Unidos, além da Rússia e China, que no passado mostraram sua reticência a levar o tema ao Conselho de Segurança.

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