
15 de junho de 2015 | 02h08
Parte deles começou uma greve de fome e ameaçou se atirar ao Mar Mediterrâneo caso a polícia tente detê-los ou expulsá-los. A maior parte dos imigrantes vem da Eritreia.
Há semanas, eles esperam em praças, parques e na estação de trem de Vintimille pela oportunidade de ingressar de forma clandestina na França.
O movimento começou na quinta-feira, quando os imigrantes, amparados por organizações de defesa dos direitos humanos, como Médicos do Mundo e Cruz Vermelha, reivindicaram o direito de ingressar em território francês. Pela legislação da União Europeia (UE), como ambos os países fazem parte do Espaço Schengen, que prevê a livre circulação de pessoas, os imigrantes poderiam passar de um país a outro, mas a legislação tem brechas que autorizam um país bloquear o trânsito de pessoas em caso de fluxo anormal de imigração.
Segundo Philippe De Botton, porta-voz da Médicos do Mundo, os imigrantes que pedem passagem enfrentam condições humanas catastróficas. "Eles não têm alimentação e água, nem têm como tomar banho. Trata-se de uma verdadeira urgência humanitária e a França tem grande responsabilidade, pois não aceita seu papel de país de acolhimento", criticou. A polêmica ocorre na véspera de uma nova reunião da UE, desta vez em Milão, a respeito da proposta feita por Bruxelas de repartir por cotas nacionais os 40 mil pedidos de asilo. O país que mais pressiona por um acordo é a Itália, que já resgatou desde o início do ano pelo menos 57 mil imigrantes no Mar Mediterrâneo.
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