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França criará centros na Líbia para evitar que imigrantes arrisquem suas vidas no Mediterrâneo

Presidente Emmanuel Macron disse que demais países europeus têm se mostrado relutantes à construção dos locais voltados para os solicitantes de asilo, mas ressaltou que eles serão feitos ‘de qualquer maneira’

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Por Redação
Atualização:

ORLÉANS, FRANÇA - A França vai criar até o mês de setembro centros de avaliação na Líbia para os solicitantes de asilo, anunciou o presidente Emmanuel Macron nesta quinta-feira, 27.

"A ideia é criar 'hotspots' na Líbia, a fim de evitar que as pessoas assumam riscos loucos quando não forem elegíveis para asilo. Vamos procurar essas pessoas. Penso em fazer isso (...) com ou sem a Europa", frisou ele durante visita a um abrigo de refugiados em Orléans, no centro da França.

Apesar da insegurança persistente, a Líbia continua a ser um importante local de trânsito para imigrantes Foto: Stefano Rellandini / Reuters

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"Os demais países europeus têm se mostrado muito relutantes (à iniciativa). Tentaremos fazer com a Europa, mas a França o fará de qualquer maneira.”

Macron também informou seu desejo de enviar missões do Escritório Francês para a Proteção de Refugiados e Apátridas (Ofpra) aos centros de controle de imigrantes na Itália e na Líbia. Ele se referiu ainda à possibilidade de criação de centros de controle de requerentes de asilo no Níger.

Contudo, o Palácio do Eliseu esclareceu as declarações do presidente, indicando que a criação desses centros "deve cumprir as condições de segurança", o que não é o caso atualmente. "O objetivo é realizar uma análise preliminar das solicitações, em vez de deixar as pessoas atravessarem o Mediterrâneo, colocando suas vidas em perigo", apontou a Presidência.

O anúncio de Macron é feito dois dias depois de ter recebido em Paris dois líderes de facções rivais líbias que disputam o poder. Ambos concordaram com o estabelecimento de um cessar-fogo e com a realização de eleições já no próximo ano.

Seis anos após a queda do líder Muamar Kadafi, a Líbia - fragilizada por disputas de poder e violência - tornou-se o principal ponto da imigração ilegal para a Europa.

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Desde o início de 2017, mais de 100 mil imigrantes atravessaram o Mediterrâneo, partindo da costa líbia, para chegar à Europa, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Mais de 2,3 mil morreram afogados ao tentar atravessar a região, de acordo com o OIM. / AFP

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