PUBLICIDADE

França: direitos de Israel não justificam 'carnificina'

O direito a segurança de Israel não justifica o "massacre" de civis, disse o ministro das Relações Internacionais francês, Laurent Fabius, neste segunda-feira, em um tom severo que não costuma utilizar contra o aliado. Para o presidente da França, François Hollande, o conflito na Faixa de Gaza evidencia a impossibilidade de se manter neutro diante do caso. "Quantos mais precisarão morrer para que se pare o que só pode ser chamado de carnificina em Gaza? A tradição de amizade entre a França e Israel é antiga e o direito de Israel buscar sua segurança é total, mas esse direito não justifica o assassinato de crianças e o massacre de civis", afirmou Fabius.

Atualização:
Palestinos buscam vítimas de bombardeio israelense no campo de refugiados de Shati, em Gaza Foto: Oliver Weiken/Efe

O conflito em Gaza, que chega à sua quarta semana, matou mais de 1,8 mil palestinos e cerca de 60 israelitas.

PUBLICIDADE

Segundo o ministro francês, é necessário um cessar-fogo na região, acompanhado de uma solução bilateral entre Israel e a Palestina. O diálogo entre os países "deveria ser imposto pela comunidade internacional porque, apesar das inúmeras tentativas, os dois lados se mostraram incapazes de concluir as negociações", disse Fabius.

No seu discurso comemorando o centésimo aniversário do começo da I Guerra Mundial, o presidente da França disse que as guerras eclodindo nas proximidades da Europa colocam a neutralidade dos países em questão. François Hollande lembrou os casos da Ucrânia, do Iraque, da Síria, do Líbano e de Gaza.

"Como podemos nos manter neutros quando, na Faixa de Gaza, um conflito mortal resiste há quase um mês?", questionou Hollande. "Somos obrigados a agir." Fonte: Associated Press

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.