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França elogia iniciativa libanesa para cessar-fogo; para EUA, proposta é significativa

A proposta também obteve o apoio de dois membros do Hezbollah no gabinete libanês

Por Agencia Estado
Atualização:

A França elogiou a proposta do Líbano de enviar 15 mil soldados à fronteira com Israel e estava considerando um novo projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU com referência a uma retirada das forças israelenses e dos guerrilheiros do Hezbollah da região. Nos Estados Unidos, um porta-voz do Departamento de Estado afirmou que a proposta é significativa. O ministro de Exteriores francês, Philippe Douste-Blazy, declarou que o Líbano fez uma "importante contribuição" prometendo enviar tropas para uma missão de paz no sul do país caso Israel recue. A proposta obteve o apoio de dois membros do Hezbollah no gabinete libanês, sugerindo uma disposição dos militantes islâmicos e seus principais apoiadores - Irã e Síria - para um acordo duradouro. "É uma prova de que todos os partidos libaneses apóiam que o governo do Líbano exerça sua soberania sobre todo o território", disse Douste-Blazy. "Na minha opinião, esta é uma importante contribuição para resolver a crise atual", acrescentou. Resolução A França também expressou disposição para revisar o projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU, desenvolvido juntamente com os Estados Unidos, para considerar a nova oferta libanesa. A resolução original dos dois países pede uma interrupção total das hostilidades, incluindo o fim dos ataques do Hezbollah e de todas as operações militares "ofensivas" de Israel. O Líbano e outras nações árabes expressaram na segunda-feira sua oposição ao plano, pois este não pedia a recuada das tropas israelenses no Líbano. O presidente francês, Jacques Chirac, interromperá suas férias na quarta-feira para discussões urgentes com três importantes ministros sobre a luta no Líbano e os esforços diplomáticos da França para terminá-la, segundo seu escritório. Chirac se encontrará em Toulon, no sul da França, com o primeiro-ministro, Dominique de Villepin, o ministro da Defesa, Michele Alliot-Marie, e Douste-Blazy (Exteriores) para discutir "a situação no Líbano e as atividades diplomáticas em curso, com o objetivo de chegar a um cessar-fogo", segundo uma declaração do gabinete do presidente divulgada nesta terça. Estados Unidos O porta-voz do Departamento de Estado americano, por sua vez, disse que o posicionamento dos soldados libaneses é um passo necessário para a paz. Porém, McCormack também afirmou que as discussões e a real implementação da idéia precisam se situar no contexto das discussões na ONU sobre uma abordagem geral para o conflito no Líbano. Essa abordagem, explicou ele, está centrada na idéia de que o fim da violência não poderá implicar em uma volta para a situação pré-guerra, quando os militantes do Hezbollah sentiam-se livres para lançar projéteis e mísseis contra Israel. "É claro que essas tropas libaneses precisariam ser apoiadas por forças internacionais", disse. "Certamente é uma proposta significativa". Israel Em Israel, o premiê Ehud Olmert declarou que o país está analisando a proposta libanesa de enviar 15 mil soldados para a fronteira entre os dois países. Há algum tempo Israel pede por tropas libanesas no sul do Líbano, assim como o desarmamento dos guerrilheiros do Hezbollah. Mesmo assim, houve resistência por parte dos líderes israelenses em aceitar a proposta pois há a preocupação de que tal ato possa ser uma manobra para a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano. Olmert sugeriu nesta terça-feira que Israel gostaria de ver a mobilização de tropas libanesas junto com uma grande força multinacional no sul. O premiê reiterou que Israel não tinha intenção de reocupar o sul do Líbano. "O quanto antes sairmos do Líbano, mais feliz ficaremos. Especialmente se alcançarmos nossos objetivos", afirmou. Atualmente, mais de 10 mil soldados israelenses lutam contra centenas de guerrilheiros do Hezbollah na região. Na próxima quarta-feira, o gabinete de segurança israelense espera aprovar um plano do exército para ampliar o alcance da ofensiva no Líbano em 30 quilômetros da fronteira israelense.

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