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França lidera ação com caças Rafale e porta aviões nuclear

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Os primeiros mísseis disparados sobre a Líbia não eram americanos, mas franceses da classe Apache disparados por caças Rafale à distância média superior a 150 quilômetros. Todos - e o ministério da Defesa francês diz que eram "mais de quatro" - acertaram os alvos. O fogo aberto continuou por quatro horas - além do esquadrão da Armée de L"Air, fragatas americanas e um submarino britânico, dispararam ao menos 135 poderosos mísseis Tomahawk, de alta precisão e longo alcance: lançam ogivas explosivas de 450 quilos contra objetivos localizados a 1.100 quilômetros. Essa é a terceira geração da arma apresentada ao mundo na Guerra do Golfo, em 1991. Guiado por um sistema eletrônico que faz a leitura do terreno e cruza essas informações com coordenadas fixadas por GPS, apresenta um erro máximo de 60 centímetros em relação ao alvo. Bombardeiros invisíveis B-2 Spirit, intercontinentais, despejaram, cada um, 40 bombas inteligentes contra 20 diferentes instalações militares. Teriam sido atingidos cerca de 200 pontos específicos - baterias de artilharia antiaérea, lançadores de mísseis terra-ar, bases, depósitos, centrais de comunicações e energia, estradas, um aeroporto da aviação líbia, tanques, rodovias e pontes.A mobilização de 25 navios, entre os quais um porta-aviões nuclear, o francês R-91 Charles De Gaulle, e de 60 aeronaves de seis diferentes bandeiras - França, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Catar - indica a disposição de manter por tempo indeterminado a zona de exclusão e as ações de interdição às operações das forças que apoiam o ditador Kadafi. É um controle complexo. O país é 6,5 vezes maior que a Alemanha, e quase todo o território, um deserto. Além disso, está sob um entroncamento da aviação civil, o que implica delicado controle. Hoje deve ser anunciado o corredor de desvio para a passagem do tráfego comercial. Qualquer aeronave não autorizada será abatida. Ao menos dois grandes jatos do tipo Awacs, de vigilância e controle, são mantidos no ar em tempo integral. De acordo com o general James Mattis, um dos planejadores da operação Odisséia da Alvorada, a primeira fase da ofensiva terminou ontem e foi bem sucedida. A nova etapa, deflagrada na madrugada de hoje, prevê duas abordações: a preservação do bloqueio e ataques preventivos em defesa da população civil. Há risco de que Kadafi utilize escudos humanos.

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