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França pede construção de uma indústria européia de defesa

"Temos que continuar lutando contra qualquer deriva protecionista que vemos ressurgir com muita facilidade", afirmou Michèle Alliot-Marie

Por Agencia Estado
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A ministra da Defesa francesa, Michèle Alliot-Marie, fez nesta quarta-feira uma chamada para a construção de uma indústria européia de defesa, e defendeu a fusão dos grupos navais franceses DCN e Thales, porque, na sua opinião, isso contribui para preparar outras alianças na Europa. "Temos que continuar lutando contra qualquer deriva protecionista que vemos ressurgir com muita facilidade", disse, acrescentando que "dentro da Europa não construiremos uma política industrial européia contra nossos vizinhos imediatos, mas com eles, para nos defender da concorrência internacional". Ao inaugurar o salão Euronaval em Le Bourget, ao norte de Paris, e diante de várias centenas de pessoas, defendeu a fusão do grupo estatal DCN com os negócios navais da Thales, que deve se consumar "nas próximas semanas", e que "permite" à indústria francesa "abordar com confiança a consolidação européia e a concorrência Internacional". Alliot-Marie insistiu em que a política industrial que dirige na França, baseada nos princípios de mercado e em que o Estado "esclarece e prepara o futuro, mas não substitui aos atores econômicos", "deve ampliar-se à dimensão européia". A ministra francesa considerou que o controle do espaço é "um dos grandes desafios estratégicos" deste século para os sistemas de comunicação, e disse que "sua dimensão européia é a chave (...) que permitirá à Europa ter uma verdadeira autonomia estratégica". Além disso, destacou "o lugar eminente" da defesa na segurança dos cidadãos, e falou da "prevenção e luta contra o terrorismo e o tráfico de produtos ilícitos, a segurança da navegação e a luta contra a imigração clandestina". A ministra mencionou alguns dos programas franceses no âmbito naval, em particular o dos submarinos nucleares Barracuda. Sobre esse tema, disse que antes do fim de ano será ratificado o contrato para a construção de uma nova geração de submarinos Barracuda, fabricados pela DCN e Areva. O primeiro dos seis submarinos encomendados pela França deve entrar em serviço em 2016, disse. Também destacou os projetos de mísseis de cruzeiro, e o de um segundo porta-aviões nuclear. O salão Euronaval, que permanecerá aberto até a próxima sexta-feira, reúne 350 empresas de cerca de 30 países.

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