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França, quase uma década na mira do terrorismo

Atentados como o realizado no Bataclan e na redação do Charlie Hebdo, quando somados a ações menores, já resultaram em mais de 250 mortes no país desde 2012

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Por Redação
Atualização:

PARIS - Desde 2012, o número de atentados terroristas na França aumentou significativamente. Embora o ataque à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em janeiro de 2015, tenha marcado a memória de uma geração, dezenas de ações menores - muitas delas ataques a faca, como o ocorrido na manhã desta sexta-feira, 25, em Paris - foram registradas no país.

De acordo com um levantamento feito pela agência de notícias espanhola EFE, um total de 264 pessoas foram mortas em atentados liderados por grupos terroristas islâmicos na França, desde março de 2012. Os alvos mais comuns, segundo a publicação, são policiais e agentes públicos, a comunidade judaica e jornalistas. No entanto, ataques indiscriminados e mirando eventos públicos também ocorreram.

Ataque a faca foi tratado como 'emergência absoluta' e mobilizou grande contingente de policiais, bombeiros e peritos. Foto: Alain Jocard/ AFP

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Em 2015, um dos piores anos para o país em termos de terrorismo, o então primeiro-ministro do país, Manuel Valls, chegou a afirmar que os franceses precisavam “aprender a viver com a ameaça terrorista”. Na época, Valls destacou a dificuldade de neutralizar indivíduos radicais no território.

O atual ministro do Interior, Gérard Darmanin, declarou em agosto que 61 atentados foram neutralizados desde 2013, sendo 32 deles desde 2017. Um deles, inclusive, uma ação de “grande amplitude” teria sido interrompido pelo serviço secreto francês já em 2020.

Veja uma cronologia dos principais atentados terroristas na França:

Ataques contra policiais (2012 e 2014)

Em 2012, o terrorista Mohammed Merah assassinou sete pessoas em um atentado contra militares e em um tiroteio em uma escola judaica de Toulouse e arredores.

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Em 2014, um homem convertido ao islamismo invadiu uma delegacia de polícia em Joué-lès-Tours armado com uma faca e deixou três feridos. Ele gritou "Allah Akbar", antes de ser neutralizado.

Charlie Hebdo e Bataclan (2015)

O ano de 2015 foi um dos piores em termos de terrorismo na história recente da França. Em janeiro, um atentado promovido pelos irmãos Kouachi resultaram na morte de 12 pessoas na redação do jornal satírico Charlie Hebdo. Em novembro do mesmo ano, 130 pessoas foram assassinadas em uma onda de ataques organizada pelo Estado Islâmico. A maior parte das vítimas estava na casa de shows Bataclan.

Equipes de resgate atendem vítimas de tiroteio em restaurante de Paris Foto: Thibault Camus /AP

Além das maiores ações, outro atentado terrorista ocorreu no país em 2015. Também em janeiro, um homem chamado Amedy Coulibaly matou uma policial nos arredores de Paris e, um dia depois, matou quatro pessoas em um supermercado judeu.

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Atropelamento em massa no Dia da Bastilha (2016)

No ano seguinte, em 2016, um terrorista avançou com um caminhão em alta velocidade contra uma multidão que participava das celebrações do Dia da Bastilha, feriado nacional francês, em Nice. Ao todo, 86 pessoas perderam a vida no atentado.

Em junho, um mês antes, um terrorista do EI já havia matado dois policiais na cidade de Magnanville.

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Ataques isolados

O atentado em Nice foi o último de grandes proporções, mas não encerrou a onda de violência terrorista no país. Corroborando com o que afirmou o ex-primeiro-ministro Valls, a dificuldade em se monitorar todos os indivíduos acabou tornando impossível o combate a ataques isolados.

Entre julho de 2016 e 2020, dezenas de atentados foram realizados por extremistas armados com faca ou, em menor número, com explosivos, armas de fogo ou veículos.

Um dos casos mais famosos foi a morte de um padre na igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray, em julho de 2016. Em 2020 já ocorreu pelo menos um atentado fatal, onde duas pessoas foram mortas em Romans-sur-Isère, cidade próxima a Lyon. O terrorista, nesse caso, usou uma faca./ EFE

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