31 de janeiro de 2013 | 02h01
Tropas francesas tomaram ontem Kidal, a última grande cidade controlada por rebeldes islâmicos no Mali. Nos últimos dias, a França já havia capturado as cidades de Gao e Timbuctu quase sem nenhuma resistência. Após a conquista, Paris pediu que o governo malinês inicie negociações de paz com os insurgentes tuaregues e outros grupos do norte do país.
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, pediu também o envio de observadores internacionais ao Mali para garantir que os direitos humanos sejam estabelecidos e para evitar retaliações por parte de grupos islâmicos armados.
A tomada de Kidal, terceira maior cidade do Mali, a 1,5 mil quilômetros da capital Bamako, foi realizada com a ajuda de aviões e de helicópteros. Os moradores comemoraram a expulsão dos rebeldes, como mostraram imagens de vídeo postadas na internet.
Kidal estava sob o controle do Ansar Dine ("Defensores da Fé"), ligado à Al-Qaeda. O Movimento Nacional de Libertação do Azawad (MNLA), dissidente do Ansar Dine, confirmou que o controle de Kidal foi retomado pelos franceses. Há poucos dias, representantes do grupo, que luta pela separação do norte do país, declararam que rejeitam o terrorismo e defendem uma "solução pacífica" para a crise.
Manuscritos. De acordo com Shamil Jeppie, chefe de coleções da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, a maior parte dos manuscritos e livros antigos conservados em Timbuctu, considerada patrimônio da humanidade pela Unesco, foi salva.
Em um primeiro momento, acreditou-se que parte do acervo havia sido perdido, já que o Instituto Ahmed Baba, uma das mais importantes bibliotecas da cidade foi invadida. Grande parte dos edifícios de Timbuctu, no entanto, foi destruída pelos fundamentalistas islâmicos, que defendem a adoção da sharia (lei islâmica) no Mali. / REUTERS, AP e AFP
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