Fretilin vence eleições no Timor Leste

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Por Agencia Estado
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O partido que liderou o Timor Leste à independência venceu as eleições e conquistou 55 das 88 cadeiras do novo Parlamento do país, informaram hoje funcionários da ONU que acompanharam as eleições. Com maioria na Câmara, a Frente Revolucionária para a Libertação do Timor Leste (Fretilin) agora terá a missão de escrever a primeira constituição do Timor Leste e terminar de conduzir à independência completa no ano que vem, disse o responsável da ONU pelas eleições, Carlos Venezuela. "Foi uma eleição muito emocionante, pois ela cura as feridas de 1999 e os efeitos do plebiscito. Isso faz dessa eleição um sucesso histórico", destacou Venezuela. O funcionário da ONU se referia à campanha de assassinatos e destruição lançada pelo Exército da Indonésia e por grupos paramilitares depois que os resultados de uma consulta pública sobre a independência do Timor Leste foram anunciadas. Nessa votação, também patrocinada pela ONU, 80% dos timorenses decidiram a favor da independência do país, que foi governado pela Indonésia desde 1975. Constituição - A vitória da Fretilin já era esperada por todos. Entretanto, o partido esperava conseguir 60 cadeiras no novo Parlamento e assim poder a Constituição, junto com outras medidas, sem o apoio de outros partidos. A Fretilin ficou com 55 cadeiras, enquanto o Partido Democrático levou 7 vagas e o Partido Democrático Social conquistou 8 cadeiras. "O resultado reflete a vontade do povo e todos estamos felizes. Acho que é um bom e sinal e que a paz será consolidada", afirmou o líder da Fretilin, Mari Alkateri. As eleições parlamentares representam um passo importante para independência do Timor Leste, que durante décadas foi uma colônia de Portugal e durante duas décadas foi governada pelos indonésios. Nos dois últimos anos, um governo de transição administrado pela ONU foi instaurado no país. O poder está sendo devolvido gradualmente para os timorenses e a transição deve estar completa nos próximos seis ou oito meses. É esperado que a assembléia adote um sistema de governo presidencialista, com a realização de possíveis eleições para o novo chefe de Estado em abril do próximo ano. Xanana Gusmão, um carismático ex-líder guerrilheiro separatista, é considerado o candidato mais forte ao futuro cargo.

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