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Fritzl é questionado sobre depoimento da filha em tribunal

Austríaco admite acusação de estupro e incesto, mas nega assassinato; decisão deve sair na sexta.

Por BBC Brasil
Atualização:

O austríaco Josef Fritzl, acusado de manter sua filha presa em um porão por 24 anos e de ter tido filhos com ela, começou a ser questionado nesta segunda-feira sobre o depoimento gravado de sua filha Elisabeth. A filha de Fritzl não deve participar pessoalmente do julgamento do pai. O depoimento de Elisabeth foi gravado na presença de um juiz, da promotoria e do advogado de Fritzl, Rudolf Mayer, que foi autorizado a fazer perguntas à filha do réu durante a gravação. O tribunal em Sankt P¶lten, na Áustria, deve assistir às 11 horas gravadas do depoimento de Elizabeth ao longo da semana, e um veredicto deve sair na sexta-feira. Um porta-voz do tribunal deu detalhes do primeiro dia do julgamento e disse que, "após a retirada do público (do recinto) pela manhã, foram feitas perguntas ao acusado, e a gravação de vídeo, com o depoimento da filha, foi mostrada a ele, que foi questionado sobre seu conteúdo". Na terça-feira, Fritzl deve assistir à continuação da gravação e responder a mais perguntas, segundo o porta-voz Franz Cutka. No entanto, devido à gravidade do caso, os detalhes do depoimento não devem ser tornados públicos, de acordo com Cutka. No início do julgamento, o réu de 73 anos se declarou culpado das acusações de estupro e incesto, mas se disse inocente da acusação de assassinato por negligência pela morte de um dos filhos que teve com Elisabeth e que morreu pouco depois de nascer, em 1996. O austríaco teria incinerado o corpo em um forno em sua casa. Fritzl entrou no tribunal com o rosto escondido atrás de um fichário azul e se recusou a responder perguntas dos jornalistas presentes. O julgamento atraiu forte atenção da mídia. Um porta-voz da prisão onde Fritzl é mantido disse que o fichário azul é de propriedade do réu e que todos os acusados têm o direito de carregar anotações. Ele acrescentou que, em custódia, Fritzl tem um comportamento considerado normal. Em 1984, Fritzl teria levado Elisabeth para o porão de sua casa - sem janelas e à prova de som - e, desde então, teria estuprado a filha repetidas vezes. O austríaco é acusado de seis crimes: assassinato, estupro, incesto, cárcere privado, prática de escravidão e coerção. Elisabeth e três de seus sete filhos foram mantidos em cativeiro no porão até o caso vir à tona, em abril do ano passado, quando uma de suas filhas ficou seriamente doente e foi levada para um hospital. Fritzl pode ser condenado a 20 anos de prisão pela prática de escravidão e até 15 anos por algumas das outras acusações, mas especialistas dizem que é improvável que ele seja libertado por bom comportamento antes de 20 anos de detenção. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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