PUBLICIDADE

Fugitivo das Farc se oferece para trabalhar em prol de reféns

Partido colombiano quer que ex-ministro seja conselheiro presidencial para a Paz

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro colombiano Fernando Araújo, que na semana passada fugiu de um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), pelas quais era mantido como refém havia seis anos, se ofereceu neste domingo para trabalhar pela libertação de outros 58 seqüestrados pela guerrilha. Por sua vez, diretores do Partido Conservador sugeriram o ex-ministro para ser o novo conselheiro presidencial para a Paz. Araújo, que na sexta-feira chegou à sua cidade natal, Cartagena de Indianas (norte), após fugir, no dia 31 de dezembro, das Farc, enviou uma mensagem aos seqüestrados ainda em mãos dos guerrilheiros, na qual aconselhou-os a confiar em sua libertação e a evitar o aborrecimento. Cativeiro Fernando Araújo, que permanece no Hospital Naval de sua cidade, deu várias entrevistas à imprensa local nas quais afirmou que o mais difícil durante seus seis anos de cativeiro foi a ausência de sua família e dos amigos. "O caminho e o momento chegarão para todos. Não percam a fé e lembrem que a Colômbia inteira os amam. Uno-me às vozes que pedem a libertação de vocês e aos esforços para que a mesma aconteça o mais breve possível", disse Araújo em mensagem lida na "Rádio Caracol". Araújo conseguiu fugir de um acampamento das Farc em meio à confusão causada por uma operação militar apoiada por helicópteros. Ele caminhou durante cinco dias sem comer nem beber, até que camponeses o entregaram a uma patrulha de soldados no departamento de Bolívar (900 quilômetros a noroeste de Bogotá). O ex-ministro pediu empenho num acordo humanitário que permita a libertação de 58 políticos, soldados e policiais que continuam sob o poder das Farc. "Tenho fé nas forças militares. No entanto, a oportunidade de um acordo humanitário é uma solução que tem menos risco para os seqüestrados", disse Araújo. Por sua vez, o presidente da Câmara de Representantes, Alfredo Cuello Baute, que sugeriu que Araújo fosse assessor presidencial para a Paz, qualificou o ex-ministro como um "ícone da luta e do sofrimento do drama do seqüestro". Araújo, engenheiro de profissão, foi ministro de Desenvolvimento na Administração do presidente Andrés Pastrana (1998-2002) e seu seqüestro aconteceu em 4 de dezembro de 2000. O cargo de alto comissário presidencial para a paz atualmente é exercido pelo psiquiatra Luis Carlos Restrepo que ficou incumbido, nos últimos quatro anos, de buscar diálogos com as Farc, o Exército de Libertação Nacional (ELN) e as Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.