Fujimori enfrenta rejeição de japoneses

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori saiu das sombras de um exílio auto-imposto no Japão, hoje, para dar uma conferência numa universidade japonesa sobre sua luta contra a guerrilha. Irritados porque Fujimori - que é acusado de corrupção e de promover esquadrões de morte no Peru - teria tido uma oportunidade de disseminar suas idéias numa instituição acadêmica, dezenas de manifestantes promoveram um protesto do lado de fora da Universidade de Takushoku. Nos cartazes, liam-se mensagens como ?Fujimori culpado? e os estudantes gritavam: ?Fora! Fora!? Sem mencionar as acusações de ter desrespeitado as leis de direitos humanos, Fujimori disse em seu discurso que destruiu uma insurreição de rebeldes e livrou o Peru de ?uma atmosfera de medo?. ?Eu tinha uma tarefa inédita como presidente do Peru que era erradicar uma rede de terror?, disse ele para 2000 pessoas. A conferência ofereceu uma rara aparição pública de Fujimori, que desde novembro de 2000 está refugiado no Japão. Reservado, o ex-líder peruano tem se comunicado com seus seguidores e simpatizantes principalmente por seu website ?From Tokyo?, no qual ele responde a críticas e assume os méritos de ter restaurado a ordem econômica do Peru e obstruído o terrorismo. Os manifestantes acusaram Fujimori de hipocrisia. ?Ele fala sobre terrorismo, mas foi o primeiro terrorista do Peru?, comentou Miguel Kikuchi, um imigrante peruano de 30 anos que vive no Japão. A Universidade de Takushoku justificou a decisão de convidar Fujimori para uma palestra afirmando não estar em posição de ?julgar? o líder exilado. Fujimori foi tratado pelo acadêmicos como ?sensei? (mestre) e recebeu tratamento VIP na universidade. O governo peruano quer a extradição do ex-presidente para que ele possa ser julgado por corrupção e assassinato em massa. Tóquio mantém a posição de que ele é um cidadão japonês e as leis japonesas proíbem a extradição de seu cidadãos por crimes cometidos no exterior.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.