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Funcionários de jornal dão detalhes da ação de terroristas

Colegas dos cartunistas mortos na redação do 'Charlie Hebdo' contaram sua experiência durante e após atentado de irmãos

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Por Redação
Atualização:

PARIS - Patrick Pelloux, médico e cronista do jornal Charlie Hebdo, chegou à sede da publicação minutos depois do ataque que dizimou sua redação. Excepcionalmente naquele dia, ele não participou da reunião de pauta. Ele estava em uma reunião da Associação de Médicos da França. 

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“Jean-Luc, o chargista (do Charlie Hebdo), me ligou e disse: ‘Você tem que vir rápido. Dispararam contra nós com uma Kalashnikov’”, contou Pelloux. “Cheguei três minutos depois com um coronel dos bombeiros. Enquanto cuidávamos das vítimas, eles (assassinos) seguiam matando gente nas ruas. Não pude salvá-los.”

Corinne Rey, cartunista que assina como Coco, digitava os códigos de segurança para entrar no prédio quando foi abordada pelos dois homens mascarados que a obrigaram a abrir a porta. “Eles queriam entrar e subir”, disse ela à revista L’Humanité. Já dentro do prédio, Corinne disse que se escondeu embaixo de uma mesa. Os dois homens foram até à recepção e mataram Frédéric Boisseau, funcionário da Sodexo.

Depois de fazer vários disparos no lobby, eles subiram para a redação perguntando onde estava Charb, na caçada por Stéphane Charbonnier, editor e cartunista do jornal, que seria morto em seguida. “Isso durou uns cinco minutos”, lembrou Corinne. “Eles falavam francês perfeitamente e diziam ser da Al-Qaeda."

Sigolène Vinson trabalha como freelancer para o jornal e decidiu ir ao semanário naquela manhã para participar da reunião. Ela pensou que seria morta no momento em que um dos homens se aproximou dela. Mas isso não aconteceu. “O homem disse: ‘Eu não vou te matar porque você é uma mulher. Nós não matamos mulheres. Mas você tem de se converter ao Islã, ler o Alcorão e se cobrir’”, disse. / AP 

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