HAVANA - O funeral do filho mais velho de Fidel Castro, que se matou na quinta-feira, será organizado pela família, ou seja, não haverá um tratamento oficial - diferente do que ocorreu quando seu pai morreu, em 2016 -, mas ainda não há uma data definida para a cerimônia. "No momento de seu falecimento, ele era Assessor Científico do Conselho de Estado e vice-presidente da Academia de Ciências de Cuba", segundo a imprensa.
+ Apoio popular foi essencial para guerrilheiros cubanos
Fidel Castro Díaz-Balart, o "Fidelito", se suicidou depois de sofrer de depressão por vários meses, fato que comoveu o país, onde era muito conhecido, apesar de nunca ter ocupado cargos políticos.
+ ‘Ernesticos’, os jovens que carregam o nome e o legado de Che Guevara
"O doutor em ciências Fidel Castro Díaz-Balart, que vinha sendo atendido por um grupo de médicos há vários meses por um estado depressivo profundo, atentou contra sua vida na manhã de hoje, 1.º de fevereiro", informou o jornal oficial Granma.
Muitos lembram dele ainda menino, vestido com o uniforme verde oliva, quando entrou em Havana ao lado de seu pai no dia 8 de janeiro de 1959 como parte da Caravana da Vitória, que levou Fidel do leste ao oeste da ilha.
O filho mais velho de Fidel sempre foi um fiel adepto da revolução de seu pai. A notícia do suicídio, também divulgada no telejornal nacional durante a noite, pegou de surpresa os cubanos, 15 meses após a morte do líder, que morreu no dia 25 de novembro de 2016 aos 90 anos.
De acordo com a imprensa oficial cubana, como parte de seu tratamento por depressão, Fidelito - como era conhecido no país - "pediu inicialmente um regime de hospitalização e depois se manteve em acompanhamento ambulatorial durante sua reintegração social".
Muito parecido com o pai, inclusive com relação à altura e à barba, Fidelito foi filho do casamento do líder da Revolução Cubana com Mirtha Díaz-Balart, sua primeira mulher, da qual se separou após o triunfo de 1959. Atualmente, ela mora na Espanha.
Perfil
Nascido no dia 1.º de setembro de 1949 e formado em física na ex-União Soviética, Fidelito ocupou o cargo de secretário-executivo da Comissão de Assuntos Nucleares de 1983 até 1992.
Em seu primeiro casamento, com Olga Smirnov, teve dois filhos - Fidel Antonio, de 37 anos, doutor em ciências e tecnologia nuclear, e Mirta María, de 34 anos, doutora em matemática.
No enterro do pai, Fidelito foi visto ao lado dos cinco meio-irmãos - Antonio, Angel, Alex, Alexis e Alejandro -, frutos do casamento de Fidel com Dalia Soto del Valle.
Por parte de mãe, Fidelito era primo dos políticos republicanos americanos Lincoln e Mario Díaz-Balart, de longa trajetória política anticastrista.
Em suas últimas aparições públicas, Fidelito discursou sobre a nanociência, tema que estudava em razão do interesse demonstrado na questão pelo governo de seu tio Raúl Castro. / AFP