MIAMI - A intensidade dos ventos do furacão Dorian caiu para 175 km/h, equivalente à categoria 2 na escala Saffir-Simpson, embora seu tamanho tenha aumentado nas últimas horas, de acordo com informações divulgadas nesta terça-feira, 3, pelo Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
Dorian, que chegou a ser categoria 5 na escala que mede os furacões pela intensidade de seus ventos, com 295 km/h quando estava no último domingo sobre o norte das Bahamas, perde força rapidamente enquanto se afasta da costa leste da Flórida (EUA).
Segundo o último boletim do NHC, divulgado às 11h (horário local, 12h de Brasília), nesse momento o olho do ciclone movia-se para o noroeste a 4 km/h, embora esperasse acelerar sua velocidade ainda nesta terça.
O Dorian deve seguir para o norte, enquanto avança em paralelo para a costa da Flórida e antes de ameaçar a costa dos estados da Geórgia e Carolina do Sul e o da Carolina do Norte, na próxima quinta-feira.
Os dados coletados pelos aviões de reconhecimento indicam que o vento máximo sustentado é agora de 175 km/h com rajadas mais altas, intensidade que será mantida, segundo o NHC, nas próximas 48 horas.
Apesar dessa perda de intensidade, o furacão está expandindo sua zona de perigo, já que os ventos do furacão se estendem até 95 km do seu centro. Os boletins do NHC continuam lembrando que trata-se de um furacão perigoso.
Devastação nas Bahamas
Enquanto continua seu lento progresso em direção ao norte, Dorian começa a deixar o norte das Bahamas, região que foi devastada e onde deixou um saldo provisório de cinco mortos e vários desaparecidos. Foi o furacão mais potente já registrado na região.
A lenta velocidade de deslocamento do Dorian, a 3 km/h, fez com ele ficasse quase dois dias "estacionado" no arquipélago.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Cruz Vermelha Internacional começam a mobilizar operações de resgate de pessoas que tem telefonado a serviços de resgate e rádios locais, informando que estão presas nos telhados de suas casas, após serem inundadas.
Um porta-voz da Cruz Vermelha nas Bahamas, Matthew Cochrane, afirmou que cerca de 45% das casas em Grand Bahama e nas Ilhas Ábaco, o equivalente a 13 mil construções, foram destruídas ou severamente atingidas.
Funcionários da ONU informaram que mais de 60 mil pessoas nas ilhas mais afetadas precisarão de alimentos, enquanto a Cruz Vermelha prevê o fornecimento de água para 62 mil pessoas. A instituição autorizou US$ 500 mil para ser destinado ao fundo de desastres.
O aeroporto da ilha de Grand Bahama está debaixo de dois metros de água.
No litoral da Flórida, especialistas do NHC preveem o aumento do nível do mar de até 2,1 metros em algumas regiões, que também sofrerão o ataque das poderosas ondas geradas pelo furacão. / EFE e AP