Gabinete israelense aprova a criação do Estado Palestino

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Por Agencia Estado
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O gabinete israelense aprovou neste domingo por estreita maioria o plano de paz respaldado pelos Estados Unidos que estipula a criação de um Estado Palestino para 2005. Segundo o ministro da Infra-estrutura, Yosef Paritzky, o plano de paz para o Oriente Médio foi aprovado por 12 votos a favor, sete contra e quatro abstenções. É a primeira vez que um governo israelense reconhece oficialmente o direito dos palestinos a um Estado próprio. "É um dia histórico", disse o ministro Tsipi Livni. "Não foi uma aprovação fácil. Mas talvez seja um símbolo para a esperança". Os palestinos já tinham aceitado, há três meses, o plano de paz que prevê um Estado independente nas áreas da Faixa de Gaza e Cisjordânia até 2005. Relutante e sob forte pressão dos EUA, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, abraçou a idéia do plano de paz. Sharon disse a seu gabinete de governo, durante uma reunião de seis horas neste domingo, que a aprovação do plano seria necessária para tirar Israel da recessão. "O tempo é de dizer sim aos norte-americanos, o tempo veio para dividir esta terra entre nós e os palestinos", disse Sharon a um jornal israelense. O plano de paz aprovado incorpora uma proposta da Arábia Saudita que separava de Israel os territórios conquistados na guerra de 1967; a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, as Colinas de Golan e Jerusalém oriental, e estabeleceria um Estado Palestino com sua capital em Jerusalém. Sharon disse que quer um Estado Palestino com metade da Cisjordânia e sem acesso a Jerusalém. O plano de paz prevê um cessar fogo entre o exército de Israel e os militantes extremistas palestinos. O primeiro-ministro palestino Abu Mazen se recusava a negociar com os militantes antes de Israel aceitar o plano de paz. "Agora a bola está com os palestinos, disse Livni. "Se eles tiverem sucesso em eliminar o terrorismo, talvez exista uma chance para que eles vivam em um Estado" O grupo extremista islâmico Hamas, que lançou uma longa série de ataques mortíferos contra Israel em 32 meses de luta, rejeitou o plano por considerar que ele atenta contra a "resistência" palestina. Plano - O roteiro do plano de paz estabelece uma série de passos dos dois lados em três etapas. A primeira determina o fim dos atentados de grupos palestinos, a retirada das tropas israelenses para as posições ocupadas antes do início da segunda intifada (em 2000), o levantamento dos bloqueios israelenses nos territórios ocupados, reformas políticas na AP, eleições nos territórios autônomos palestinos e a remoção das colônias judaicas construídas a partir de 2001. Na segunda fase será criado o Estado Palestino e realizada uma primeira conferência internacional de paz. Por fim, na etapa mais difícil, uma segunda conferência discutirá os acordos sobre as fronteiras definitivas, o status de Jerusalém, a questão dos refugiados palestinos e a das colônias judaicas.

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