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Gabinete israelense dá aval a anexação de território

Ministros aceitam mudar status do Vale do Jordão, sob protesto de palestinos; negociadora de Israel promete derrubar medida

Por JERUSALÉM
Atualização:

Uma comissão do gabinete israelense deu aval ontem à anexação de uma porção da Cisjordânia que integraria o território de um futuro Estado palestino. Encampada por integrantes do partido do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, o direitista Likud, a decisão foi tomada dias antes de o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, desembarcar em Jerusalém.No entanto, o voto dos ministros deu início a uma disputa dentro do governo. Chefe da pasta da Justiça e principal negociadora com os palestinos, a centrista Tzipi Livni prometeu bloquear a anexação na Knesset (Parlamento).Saeb Erekat, um dos principais negociadores palestinos, afirmou que a decisão do governo de Netanyahu mostra a "indiferença" de Israel diante do direito internacional.A área em questão envolve o Vale do Jordão, território árabe capturado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Israelenses afirmam que, sem presença militar na região, o país terá uma faixa territorial pequena, a qual será incapaz de defender. Palestinos se recusam a permitir que forças israelenses permaneçam nessa região caso um acordo de paz seja firmado e a comunidade internacional não reconhece as anexações unilaterais anunciadas por Israel.No início do mês, Kerry reconheceu que a disputa em torno do Vale do Jordão tornou-se um dos pontos mais difíceis das negociações de paz.O momento da decisão do gabinete israelense é estratégico: ontem foram divulgados os nomes dos 26 presos palestinos que serão soltos, parte de uma terceira leva de libertações que integra os esforços de paz mediados pelos EUA (mais informações nesta página). Sob intensa mediação de Kerry, israelenses e palestinos aceitaram romper o gelo de três anos e voltar a negociar um acordo de paz. Mas, segundo informações de bastidores, pouco avanço foi feito até agora. / AP

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