
25 Julho 2017 | 15h59
BOGOTÁ - Uma organização criminosa está oferecendo recompensas de US$ 1 milhão para quer assassinar líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), disse nesta terça-feira o advogado da desmobilizada guerrilha marxista, num momento em que o grupo se prepara para criar um partido político e assumir cadeiras no Congresso, como parte de um acordo de paz.
O governo da Colômbia negou nesta terça-feira a existência de um plano de uma organização criminosa para assassinar os dirigentes da guerrilha. "Não há um plano para assassinar os dirigentes das Farc", disse a jornalistas o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, na cidade de Ibagué. Ele afirmou que o Estado está garantindo a segurança dos líderes da antiga guerrilha e em seu processo de reinserção vão "dotar" dos "melhores mecanismos" para preservar sua vida.
As Farc lutaram contra o governo por mais de meio século, mas entregaram suas armas como parte do acordo, negociado por mais de quatro anos de conversas em Cuba.
"Temos conhecimento de uma organização criminosa com recursos, que ofereceu até US$ 1 milhão para cada pessoa no secretariado das Farc que for assassinada", disse o advogado espanhol, Enrique Santiago, à rádio local Caracol, referindo-se ao conselho de liderança do grupo.
"Essas ofertas vêm de pessoas que têm os meios econômicos de oferecer não só US$ 1 milhão, mas US$ 9 milhões, porque há 9 membros do secretariado", disse Santiago, acrescentando que sete ex-membros das Farc foram assassinados desde abril. Ele não nomeou o grupo criminoso que está oferecendo as recompensas.
Tais assassinatos, especialmente de membros da liderança, poderiam prejudicar gravemente o processo de paz. O governo do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, tem prometido repetidamente proteger os ex-rebeldes.
"Não me consta que tenha sido tomadas medidas para, pelo menos, se anteciparem a estes crimes que já estão acontecendo", concluiu.
O acordo garante às Farc dez cadeiras não eleitas no Congresso até 2026 e anistia para a maioria dos ex-combatentes.
Rebeldes condenados por tribunais especiais por violações de direitos humanos evitarão sentenças de prisão tradicionais, realizando, ao invés disso, trabalhos de reparação como a remoção de minas terrestres. / REUTERS
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