Garcia: País não tolerará ato inconstitucional na Bolívia

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Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou hoje que o governo brasileiro não "tolerará" a ruptura na ordem constitucional da Bolívia. Segundo ele, em caso de derrubada do governo Evo Morales, o Brasil não reconhecerá nenhum governo que se apresente com apto para substituí-lo. Garcia avalia que a situação atual requer que seja evitada uma guerra civil no país vizinho. Segundo Garcia, os problemas na Bolívia são complexos porque atingem duas tendências contraditórias: a necessidade de firmeza do governo para preservação da lei e da ordem e a flexibilidade no tratamento da demanda por autonomia e na repartição de impostos. Com base nas conversas mantidas hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Morales, e no próprio telefonema que Garcia deu ao embaixador da Bolívia, Pablo Solon, ele insistiu que o governo boliviano está disposto a dialogar com a oposição. Para facilitar o diálogo, o Grupo de Amigos da Bolívia - Brasil, Argentina e Colômbia - e o Chile se colocaram à disposição de Morales para a intermediação. Garcia informou que um avião da Força Aérea Brasileira está pronto para decolar de Brasília para levar autoridades a La Paz. Esse grupo seria formado pelo próprio Garcia e pelo secretário-geral das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães. O chanceler da Argentina Jorge Taiana e uma autoridade colombiana e uma chilena completariam o grupo, que aguarda "momento oportuno" para embarcar. Garcia informou ainda que, além de conversar com Evo Morales, o presidente Lula tratou da questão da crise boliviana com os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Argentina, Cristina Kirchner.

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